26 maio 2014, Patria Latina http://www.patrialatina.com.br (Brasil)
Chanceleres da Unasul, reunidos na semana passada no Equador,
decidiram pela implementação do Banco do Sul, com um capital inicial de 7
bilhões de dólares.
Beto Almeida*
Foto: Arquivo
Os chanceleres da Unasul, reunidos na semana que passou no Equador,
decidiram pela implementação do Banco do Sul, com um capital inicial de 7
bilhões de dólares, ferramenta financeira destinada ao financiamento de
projetos de integração da América do Sul.
Trata-se de mais um dos grandes legados do presidente Hugo Chávez,
falecido em 2013. Sem dúvida, o lado visionário de Chávez também se revela aqui
nesta decisão, que vinha sendo procrastinada injustificadamente, inclusive pela
relutância das autoridades financeiras do Brasil. Da mesma forma que até hoje,
o governo brasileiro não tomou qualquer medida para vincular-se à Telesur
oficialmente, favorecendo a integração informativo-cultura da América Latina, o
que teria plena sintonia com o discurso autocrítico feito por Lula em encontro
com blogueiros, quando reconheceu muito pouco foi feito para a democratização
da comunicação no Brasil.
O Banco do Sul, assim como a Unasul, nasceu graças a uma pregação
incansável de Chávez, e agora já terá a companhia do Banco dos Brics, bem como
de outras medidas adotadas pela Rússia, China e Iran para a desdolarização
gradual da economia.
O Banco do Sul é também uma grande bofetada nos EUA e, tal
como o BNDES já vem fazendo, ao financiar a construção do Porto de Mariel, em Cuba,
representará uma capacidade ampliada para a realização de projetos de
infraestrutura que avancem na integração da América Latina, sempre sabotados
pelos EUA.
Certamente, com mais esta ferramenta, surge clara a possibilidade
de ampliar as operações sem o dólar - indispensável
ante a crise e a instabilidade do capitalismo internacional - bem
como o encorajamento para tirar do papel um conjunto de projetos
integracionistas, a exemplo do que a Rússia, a China e o Iran já vem fazendo em
matéria energética. Depois de Unasur, Telesur, Banco do Sul, agora pode estar
chegando a vez do Gasoduto do Sul, tão sonhado pelo revolucionário Hugo Chávez.
Mas, para que isto se torne realidade, é preciso manter a unidade
das forças progressistas, seja no Brasil, na Venezuela, na Argentina, Uruguai e
Bolívia, seguindo o exemplo de uma persistência revolucionária incansável que
nos legou Chávez, desde a audaciosa, meticulosa e arriscada construção de um
movimento revolucionário bolivariano no interior das forças armadas venezuelanas.
É este instrumento que hoje, materializado na unidade cívico-popular,
mantém de pé a Revolução Bolivariana, capaz de impulsos construtivos como o
Banco do Sul, de amplificar as energias da Revolução Cubana e de iluminar
permanentemente os árduos caminhos da indispensável integração
latino-americana.Como todo revolucionário, Chávez ultrapassa seu tempo físico e
se mantém entre nós como criador, um construtor, um animador e um formador de
consciências transformadoras.
*Membro do Diretório da Telesur
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Abya Yala, Patria Grande: América
Latina y Caribe
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