quarta-feira, 21 de maio de 2014

CPLP, Guiné-Bissau/Depois do Parlamento PAIGC ganha a presidência


21 maio 2014, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)
 
José Mário Vaz venceu as eleições presidenciais na Guiné-Bissau, de acordo com os resultados provisórios anunciados ontem por Augusto Mendes, presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
 
Mário Vaz, apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), obteve 61,9 por cento dos votos na segunda volta das eleições presidenciais, realizada no domingo, enquanto o candidato Nuno Nabian recolheu 38,1 por cento.
 
O PAIGC já tinha conquistado a maioria absoluta nas eleições legislativas de 13 de Abril (mesma data da primeira volta das presidenciais) e consegue agora eleger o Presidente.
 
Na contagem total, Vaz conseguiu 364.394 votos contra 224.089 de Nuno Nabian, candidato independente apoiado pelo Partido da Renovação Social (PRS), principal força da oposição, e conotado com os militares autores do golpe de Estado de 2012.
 
O Presidente eleito venceu em 22 dos 29 círculos eleitorais da Guiné-Bissau.
 
A nível regional, Nabian venceu nas regiões de Tombali (sul) e Oio (centro), enquanto Vaz venceu nas restantes sete (Bissau, Quinara, Biombo, Bolama, Bafatá, Gabú e Cacheu) e também na diáspora.
 
A abstenção subiu em comparação com a primeira volta das presidenciais, de 10,71 por cento para 21,79.
 
Avaliação dos observadores
As eleições de domingo, que complementam as realizadas a 13 de Abril, põem fim ao período de transição que sucedeu ao golpe de Estado militar de 12 de Abril de 2012.
 
Várias organizações internacionais já vieram a terreiro congratular a conclusão com sucesso do processo eleitoral.
 
As missões de observação eleitoral da União Africana (UA), da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da União Económica e Monetária do Oeste Africana (UEMOA) e da União Europeia (UE) consideraram que a segunda volta das presidenciais de domingo decorreu num clima de “liberdade, transparência e credibilidade”.
 
Para o antigo presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, que chefia a missão da UA, “o sucesso destas eleições não deve unicamente ser avaliado em relação às disposições tomadas” para a votação, o processo deve ser visto como sendo “um virar de página” na Guiné-Bissau.
 
A organização africana considere que o povo guineense quis demonstrar a vontade de acabar com a instabilidade e a incerteza política dos últimos anos.
 
“Pelos esforços envidados até ao presente para abrir um novo capítulo da sua história”, a Guiné-Bissau “deve ser encorajada e acompanhada” pela comunidade internacional, considerou ainda Joaquim Chissano.
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CPLP-Comunidade de Países de Lingua Portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste

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