19 maio 2014, Macauhubhttp://www.macauhub.com.mo
(China)
A visita oficial do
Presidente português à China, acompanhado de mais de 100 empresários, colocou
no topo da agenda bilateral as privatizações em Portugal e parcerias
luso-chinesas para África e América do Sul.
No ano em que se
assinala o 35º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os
dois países, a visita de Aníbal Cavaco Silva coincidiu com a concretização do
mais recente investimento chinês em Portugal, da Fosun International no sector
segurador, que adquiriu por mais de 1000 milhões de euros o sector de seguros
do grupo estatal financeiro português Caixa Geral de Depósitos.
Na recepção ao
presidente português em Pequim, na passada quinta-feira, o presidente chinês
apontou Portugal como “um bom parceiro da China na União Europeia”, mencionando
igualmente a exploração de possibilidades relativas à cooperação triangular em
África e na América Latina.
Apontou em particular a
importância de mecanismos como o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial
entre a China e os Países de Língua Portuguesa, a fim de contribuir para a
estabilidade e desenvolvimento sustentável dessas regiões.
Em nome da China, o
Presidente Xi saudou Portugal por ter conseguido sair da crise associada à
dívida pública e garantiu que a China continuará a apoiar Portugal através da
expansão do comércio e investimento bilaterais, promovendo a cooperação em
sectores como o energético, tanto clássico como renovável, financeiro e de
protecção ambiental.
O presidente chinês
salientou que as duas nações souberam “respeitar-se mutuamente”, tendo
“nomeadamente solucionado a questão de Macau, que constituiu um exemplo para o
mundo.”
No Grande Palácio do
Povo, Cavaco Silva também apontou o exemplo da transferência bem-sucedida de
Macau para a administração chinesa, que “revelou a sabedoria política dos dois
países.”
Entre os vários
ministros que acompanharam Cavaco Silva esteve o da Economia, cuja agenda na
visita tinha como pontos fortes o plano de privatizações português, que inclui
concessões das empresas de transportes em Lisboa e Porto e a venda da Empresa
Geral de Fomento.
O ministro Pires de
Lima recordou os recentes investimentos chineses em Portugal, caso da China Three
Gorges na Energias de Portugal (EDP), da State Grid na Redes Energéticas
Nacionais e da Fosun International, numa altura em que o país estava em crise
e, por isso, “muitos duvidavam de Portugal.”
A comitiva empresarial
portuguesa incluiu 24 empresas cuja facturação conjunta é equivalente a um
quinto do produto interno bruto português – caso da EDP, mas também da Galp
Energia, Banco Espírito Santo, Correios de Portugal e Grupo Amorim.
A EDP assinou um acordo
para reforçar as relações estratégicas de cooperação com a China Three Gorges,
sua principal accionista.
Já o Banco Espírito
Santo renovou o acordo de financiamento com o Banco de Desenvolvimento da
China, assegurando novas linhas de crédito para os próximos 3 anos, que irão
apoiar empresas exportadoras.
A China é actualmente o
10º maior cliente de Portugal, devendo as exportações portuguesas ultrapassar
mil milhões de euros em 2014. (macauhub/PT/CN)
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