sábado, 6 de dezembro de 2008

Sean Penn: CONVERSAÇÕES COM HUGO CHÁVEZ E RAÚL CASTRO (I)

O ator e cineasta Sean Penn visitou Venezuela e Cuba, em outubro deste ano, quando se econtrou com os presidentes dos dois países, Hugo Chávez e Raul Castro. Ele relatou essas conversas em um artigo publicado no The Nation.

2 de Dezembro de 2008/Pátria Latina

http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=403ea2e851b9ab04a996beab4a480a30&cod=2713

Joe Biden, que em breve seria eleito vice-presidente, falava vigorosamente para as tropas: “Não podemos mais ser dependentes de energia de um ditador da Arábia Saudita ou da Venezuela”. Bem, eu sei o que é a Arábia Saudita. Mas, tendo estado na Venezuela em 2006, visitando favelas, me misturando com a rica oposição e passando dias e horas com os apoiadores do presidente, eu me pergunto, sem me perguntar, a quem o Senador Biden estava se referindo. Hugo Chávez Frias é o presidente democraticamente eleito da Venezuela (e por democraticamente eleito eu quero dizer que ele foi repetidas vezes apresentado perante os eleitores em eleições reconhecidas por observadores internacionais e obteve larga vantagem de votos, num sistema que, apesar de seus defeitos e irregularidades, permitiu aos seus opositores que lhe atacassem e ocupassem o seu cargo, tanto no referendo nacional no ano passado como nas recentes eleições regionais no último novembro).
As palavras de Biden foram do tipo de retórica que nos levou recentemente a uma guerra com perdas de vida e de altíssimo custo financeiro, a qual, enquanto derrubou um patife no Iraque, também derrubou a maior parte dos princípios dinâmicos sobre os quais os Estados Unidos foi fundado, intensificando o recrutamento para a AlQaeda e desconstruindo as Forças Armadas dos EUA.
Nestas alturas, em outubro de 2008, eu já tinha digerido minhas primeiras visitas a Venezuela e a Cuba e o tempo que passei com Chávez e com Fidel Castro. Tenho estado cada vez mais intolerante com a propaganda. Apesar de o próprio Chávez ter uma queda pela retórica, esta nunca foi causa de uma guerra. Esperando “desmitificar” esse “ditador”, decidi lhe fazer uma outra visita. Nesse momento eu tinha dito a amigos, privadamente: “É verdade, Chávez pode não ser um homem bom. Mas também é possível que seja um grande homem.”
Entre os amigos a quem disse isso estavam o historiador Douglas Brinkley e o colunista da Vanity Fair, Cristopher Hitchens. Esses dois se complementam perfeitamente. Brinkley é um intelectual sólido, notável, cujo código de ética de historiador lhe assegura adesão suprema a evidências arrazoadas. Hitchens, um ardiloso operador de palavras, sempre muito imprevisível em suas preferências, é elemento insuspeito sob qualquer ponto de vista, já que uma vez, num programa de televisão, referiu-se a Chávez como um “palhaço rico em petróleo”. Ainda que eu pense que Hitchens é tão brilhante como íntegro, ele pode ser combativo ao ponto de agredir, como o fez uma vez com comentários pesados sobre a santa ativista antiguerra Cindy Sheehan. Brinkley e Hitchens equilibrariam qualquer viés em minha escrita. Além disso, são dois caras com quem tenho muita alegria e por quem tenho muita afeição.
Então, pedi a Fernando Sulichin, um velho amigo argentino e produtor independente de cinema, muito bem relacionado, que ele conseguisse uma entrevista com Chávez. Além disso, queríamos voar da Venezuela a Havana, e eu pedi a Fernando que solicitasse, em meu nome, entrevistas com os irmãos Castro, mais urgentemente com Raúl, que tomou as rédeas do poder de um Fidel doente em fevereiro – e que nunca tinha dado uma entrevista a um estrangeiro. Eu tinha viajado a Cuba em 2005, quando tive a grande sorte de encontrar Fidel, e estava ávido por uma entrevista com o novo presidente. O telefone tocou às duas da tarde do dia seguinte: “Mi hermano”, disse Fernando. “Está feito”.
Nosso vôo de Houston a Caracas atrasou devido a problemas mecânicos. Era uma da manhã e, enquanto esperávamos, Hitchens dizia, andando, impaciente: “muito raramente só uma coisa dá errado”. Ele deve ter gostado do jeito que soou, porque disse de novo. Ele era o pessimista de Deus. Eu disse: “Hitch, vai dar tudo certo. Vão nos arranjar um outro avião e chegaremos lá a tempo”. Mas o pessimista de Deus é na verdade o ateísta pessimista de Deus. E eu seria lembrado depois da clareza desse ateísmo. Alguma outra coisa ia na verdade dar errado. Bem, errado ou certo, como você dirá. Em duas horas estávamos chegando.
Quando aterrissamos no aeroporto de Caracas, Fernando estava lá para nos receber. Ele nos levou a um terminal privado, onde esperamos pela chegada do Presidente Chávez, que nos levaria numa agenda eleitoral da campanha para governador na bela Ilha Margarita.
“A Doutrina Monroe tem de ser quebrada”, disse Chávez. “Nós estamos presos nela há mais de 200 anos".
Passamos os dois dias seguintes na companhia constante de Chávez, com muitas horas de encontros privados entre nós quatro. No compartimento privado do avião do presidente, achei que quando se trata de baseball o domínio do inglês de Chávez aumenta. Quando Douglas pergunta se a Doutrina Monroe deveria ser abolida, Chávez, querendo escolher suas palavras cuidadosamente, verte-as para o espanhol para detalhar as nuances de sua posição contra essa doutrina, que justificou a intervenção norte-americana na América Latina por quase dois séculos. “A Doutrina Monroe tem de ser quebrada”, ele disse. “Nós estamos presos nela há mais de 200 anos. Isso sempre nos traz de volta o velho confronto de Monroe versus Bolívar. Jeferson costumava dizer que a América deveria engolir uma a uma das repúblicas do sul. O país em que você nasceu baseou-se numa atitude imperialista.”
A inteligência venezuelana diz-lhe que o Pentágono tem planos para invadir seu país. “Eu sei que eles estão pensando em invadir a Venezuela”, diz Chávez. Parece que ele vê a destruição da Doutrina Monroe como medida de seu destino. “Ninguém vai mais chegar aqui e explorar nossos recursos naturais”. Ele está preocupado com a reação norte-americana às suas declarações ousadas sobre a Doutrina Monroe? Ele cita o militante uruguaio pela liberdade José Gervasio Artigas: “Com a verdade eu não ofendo nem temo”.
“Qual a diferença entre você e Fidel?” Chávez diz, “Fidel é um comunista. Eu não sou. Eu sou um social-democrata. Fidel é um marxista-leninista. Eu não sou. Fidel é um ateísta. Eu, não.
Hitchens estava sentado quieto, tomando notas ao longo da conversa. Chávez reconhece uma centelha de ceticismo nos seus olhos. “CRIS-tó-fer, faz-me uma pergunta. Faz a pergunta mais difícil!”. Eles trocaram um sorriso. Hitchens diz: “Qual a diferença entre você e Fidel?” Chávez diz, “Fidel é um comunista. Eu não sou. Eu sou um social-democrata. Fidel é um marxista-leninista. Eu não sou. Fidel é um ateísta. Eu, não. Um dia discutimos sobre Deus e Cristo. Eu disse a Castro que sou um cristão. Eu acredito nos Evangelhos Sociais de Cristo. Ele, não. Simplesmente, não. Mais de uma vez, Castro me disse que Venezuela não é Cuba e que não estamos nos anos 60”.
“Você vê”, diz Chávez, “a Venezuela deve ter um socialismo democrático. Castro tem sido um professor para mim. Um mestre. Não em ideologia, mas em estratégia”. Talvez ironicamente, John Kennedy é o presidente dos EUA favorito de Chávez. “Eu era um menino”, ele disse. "Kennedy era a força motriz das reformas na América”. Surpreso pela afinidade de Chávez com Kennedy, Hitch entra na conversa referindo o plano econômico para a América Latina de Kennedy, contra Cuba. “A Aliança para o Progresso era uma coisa boa?” “Sim”, diz Chávez. “A Aliança para o Progresso era uma proposta política para melhorar condições. Foi pensada para diminuir as diferenças sociais entre culturas”.
As conversas entre nós quatro continaram em ônibus, comícios e inaugurações em toda a Ilha Margarita. Chávez não cansa. Ele falava com cada novo grupo de pessoas por horas debaixo de um sol a pino. Dorme no máximo 4 horas por noite, gastando a primeira hora de sua manhã lendo as notícias do mundo. E, uma vez de pé, ele é incansável, a despeito do calor, umidade e das duas camadas de camisetas vermelhas revolucionárias que ele veste.
Eu tinha três motivações centrais para essa viagem: incluir as vozes de Brinkley e de Hitchens, aprofundar meu entendimento de Chávez e da Venezuela e estimular minha mão de escritor e me engajar pelo apoio de Chávez para que os irmãos Castro encontrem a nós três em Havana. Ainda que Fernando tenha me assegurado que essa terceira peça do quebra-cabeças estava encaixada, houve algum mal-entendido cultural ou linguístico nas nossas conversas telefônicas. Enquanto isso, a CBS News aguardava uma reportagem de Brincley, Vanity Fair uma de Hitchens e eu estava escrevendo para o The Nation.
“Se Barack Obama for eleito presidente dos Estados Unidos, o senhor aceitaria um convite para voar até Washington encontrá-lo?”. Chávez respondeu imediatamente: “Sim”.
No nosso terceiro dia na Venezuela nós agradecemos ao Presidente Chávez por seu tempo, os quatro entre seguranças pessoais e imprensa no aeroporto de Santiago Marino na Ilha Margarita. Brincley tinha uma questão final e eu também: “Senhor Presidente”, disse ele, “se Barack Obama for eleito presidente dos Estados Unidos, o senhor aceitaria um convite para voar até Washington encontrá-lo?”. Chávez respondeu imediatamente: “Sim”.
Quando chegou minha vez de perguntar, eu disse: “Presidente, é muito importante para nós encontrarmos os irmãos Castro. É impossível contar a história da Venezuela sem incluir Cuba – e impossível contar a história de Cuba sem os Castro”. Chávez nos prometeu que iria ligar para o Presidente Castro no momento em que entrasse no avião e pedir-lhe em seu nome pelo encontro, mas nos alertou que seria improvável que seu irmão mais velho, Fidel, pudesse responder tão rapidamente ao convite, já que ele estava escrevendo e refletindo muito nesses dias, sem ver muita gente. Ele tampouco faria promessas sobre Raúl. Chávez subiu no seu avião e nós vimos ele voar embora.
Na manhã seguinte saímos para Havana. Vou revelar tudo: estávamos num avião emprestado pelo Ministério de Energia e Petróleo da Venezuela. Se alguém quer se referir a isso como um suborno, fique à vontade. Mas quando você ler a próxima reportagem de um jornalista voando no Air Force One [o avião presidencial norte-americano], ou a bordo de um avião de transporte das forças armadas dos EUA, seja tão gentil como o está sendo ao rejeitar este artigo aqui. Nós gostamos do luxo na viagem, mas nossa reportagem permanece independente.
Para mim os riscos pessoais eram bastante altos. Pegar o avião até Havana sem uma mínima garantia de acesso a Raúl estava me deixando ansioso. Cristopher tinha cancelado algumas palestras importantes na última hora para fazer essa viagem. Não era hábito seu deixar os outros esperando. Então, para ele, era pegar ou largar e ele estava ficando agitado. Douglas, um professor de História na Universidade Rice, teria de retornar rapidamente para suas obrigações acadêmicas. Fernando sentia o peso de nossa expectativa de que ele fosse nosso batedor. E eu, bem, contava com o telefonema de Chávez a Raúl, tanto para conseguir a entrevista como para salvar minha reputação com meus companheiros.
Aterrissamos em Havana ao meio-dia e nos encontramos, na pista de aterrissagem, com Omar Gonzalez Jimenez, presidente do Instituto Cubano de Cinema, e Luis Alberto Notario, cabeça da ala de co-produção internacional do Instituto. Eu tinha passado um tempo com ambos na minha viagem anterior a Cuba. Começamos a falar de coisas pessoais enquanto caminhávamos até a alfândega, até que Hitch deu um passo à frente e, sem pudor algum, disse: “Senhor, precisamos ver o Presidente!”. “Sim”, disse Omar. “Nós estamos sabendo do pedido, e ele foi passado ao presidente. Ainda estamos esperando por sua resposta”.
Mas, pelo resto do dia até a tarde do dia seguinte torturamos nossos anfitriões com a batida incessante de Raúl, Raúl, Raúl. Eu acho que se Fidel tivesse condições e pudesse ter arranjado tempo, ele telefonaria. E, se não, eu continuaria grato pelo nosso encontro anterior e disse isso na nota que lhe escrevi e passei através de Omar. Raúl eu só conhecia através do que tinha lido, e não tinha a mínima idéia se ele iria ou não nos encontrar.
Mesmo o visitante sente o espírito de uma cultura que proclama, de várias maneiras: “Este é o nosso lugar especial”.
Os cubanos são um povo especialmente caloroso e hospitaleiro. Como nossos anfitriões, nos levaram para dar uma volta na cidade, onde notei que o número de carros americanos dos anos 50 diminuiu mesmo nos poucos anos que se passaram desde a minha última visita, dando lugar aos russos de design menor. Numa volta pela aparição invasiva da Secção de Interesses dos EUA (Sina) pelo Malecón, onde as ondas quebram contra a parede molhando os carros, vi algo quase indescritível sobre a atmosfera de Cuba. É a presença palpável da arquitetônica e humana história viva num pedaço de terra rodeado de água. Mesmo o visitante sente o espírito de uma cultura que proclama, de várias maneiras: “Este é o nosso lugar especial”.
Demos voltas pela Havana Velha e, numa exposição envidraçada fora do Museu da Revolução, vimos o Granma, o barco usado para transportar revolucionários do México em 1956. Passamos pelo Palácio de Belas Artes, com sua coleção de peças apaixonadas e políticas de um corte transversal da profunda reserva de talento de Cuba. Fizemos então um passeio pelo Instituto Superior de Artes e depois fomos jantar com o presidente da Assembléia Nacional, Ricardo Alarcón e com Roberto Fabelo, um pintor que eles convidaram depois que eu expressei meu apreço por seu trabalho no museu, naquela tarde. Já pela meia-noite ainda não havia uma palavra de Raúl Castro. Depois disso fomos levados à casa de protocolo, onde descansaríamos até o amanhecer.
Ao meio-dia do dia seguinte, o despertador estava disparando alto nos nossos ouvidos. Nós ainda tínhamos dezesseis horas em Havana antes de pegar nosso vôo de volta para casa. Estávamos sentados numa mesa em La Castellana, um restaurante luxuoso de Havana Velha, com um grande grupo de artistas e músicos que, liderados pelo famoso pintor cubano Kcho, tinham criado a Brigada Martha Machado, uma organização de voluntários que estão ajudando às vítimas dos furacões Ike e Gustav na Ilha da Juventude. A Brigada tem pleno apoio do governo, em dólares, aviões e pessoal, coisa que daria inveja aos nossos enviados para a costa do golfo depois do furacão Katrina. Também conosco estava Antonio Castro Soto del Valle, um rapaz bonito e humilde que é o filho de 39 anos de Fidel Castro. Antonio, que estudou medicina, é chefe da equipe médica do time de baseball cubano. Eu tive uma rápida mas agradável conversa com ele e re-enfatizei nossa agenda Raúl.
O relógio não estava mais funcionando. Estava pesando. Omar me disse que nós escutaríamos a decisão do presidente em breve. Dedos cruzados, Douglas, Hitch, Fernando e eu voltamos à casa de protocolo para pegar nossas bagagens, antes. Por volta de 6 horas da tarde, estávamos a dez horas da nossa volta. Eu estava sentado no térreo na sala de estar, lendo sob a fraca luz de fim de tarde. Hitch e Douglas estavam nos seus quartos, no primeiro andar, eu acho que descansando para afastar a ansiedade. E no sofá ao meu lado estava Fernando, roncando.
Então, Luis apareceu na porta aberta da frente. Eu olhei de soslaio sobre os meus óculos como se ele tivesse me dado uma resposta muito direta. Sem palavras, apontei para cima, onde meus companheiros estavam descansando. Mas Luis mexeu a cabeça se desculpando. “Só você”, ele disse. O presidente tinha tomado a decisão.
Eu poderia escutar as palavras de dúvida de Hitch no meu ouvido, “Muito raramente uma só coisa dá errado”. Ele estava falando de mim? Et mi, Brute? Em todo caso, pus a mão nos bolsos para ter certeza de que estava com as notas tomadas na Venezuela, com minha caneta, meus óculos e saí com Luis. Logo antes de eu bater a porta do carro que estava esperando, eu escutei a voz de Fernando me chamando. “Sean!” Nós partimos no carro.
Nos EUA, o Presidente cubano Raúl Castro, ex-ministro das forças armadas da ilha, tem sido tratado como um “militarista frio” e um “fantoche” de Fidel. Mas o jovem comandante de Sierra Maestra está provando que as serpentes estão erradas.
Nos EUA, o Presidente cubano Raúl Castro, ex-ministro das forças armadas da ilha, tem sido tratado como um “militarista frio” e um “fantoche” de Fidel. Mas o jovem comandante de Sierra Maestra está provando que as serpentes estão erradas. Na verdade, o “Raulismo” está em alta, ao lado do recente boom econômico industrial e agrícola. O legado de Fidel, como o de Chávez, dependerá da sustentabilidade de uma revolução flexível, que possa sobreviver à partida de seus líderes pela morte ou renúncia. Mais uma vez Fidel foi subestimado pelo Norte. Na escolha por seu irmão Raúl, ele pôs a política do dia-a-dia do país em mãos formidáveis. Num informe do Conselho para Assuntos Hemisféricos, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, John Casey, admitiu que o Raulismo poderia levar o país a “maior abertura e liberdade para o povo cubano”.
Logo logo estou sentado numa pequena mesa polida no gabinete do governo com o Presidente Castro e um tradutor. “Fidel ligou há alguns minutos”, ele me disse. “Ele quer que eu telefone depois que conversemos”. Há um humor na voz de Raúl que lembra uma vida de tolerância afetuosa pelo olhar atento do seu irmão mais velho. “Ele quer saber tudo o que falamos”, disse com sorriso de sabedoria. “Eu nunca gostei da idéia de conceder entrevistas”, disse. “Diz-se muitas coisas mas, quando são publicadas tornam-se curtas, condensadas. As idéias perdem seu sentido. Eu soube que você faz filmes longos. Talvez também faça longo jornalismo”. Eu prometi a ele que escreveria o mais rápido que pudesse, e que publicaria tanto como escrevesse. Informalmente ele me disse que havia prometido sua primeira entrevista como presidente a outros, e não queria multiplicar o que poderia ser construído como um insulto; por isso escolheu a mim só e não aos meus companheiros.
“A reforma agrária de 1959 foi o Rubicão de nossa revolução. Uma sentença de morte para as nossas relações com os EUA”.
Castro e eu tomamos uma xícara de chá. “Quarenta e seis anos atrás, hoje, exatamente a esta hora do dia, mobilizamos tropas, Alameda no oeste, Fidel em Havana, eu em Areda. Ao meio-dia me disseram que em Washington o Presidente Kennedy discursaria.
(*) Sean Penn é ator e diretor de cinema
Texto publicado em The Nation
Tradução: Katarina Peixoto

(1) Em caso de interesse no complemento da peça cinematográfica imaginada por Sean Penn, pode-se ver e escutar a performance musical (sic) por ele referida via este link:http://www.youtube.com/watch?v=hGErtl9HZ7I&feature=related. N.deT.

NA PROXIMA EDIÇÃO, PARTE FINAL: Sean Penn: CONVERSAÇÕES COM HUGO CHÁVEZ E RAÚL CASTRO (II)

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