terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Equador tem 39 por cento de dívida em moratória

Prensa Latina/http://www.prensalatina.com.br

Quito, 16 dezembro 2008 (Prensa Latina) - O Equador mantém hoje em moratória 39 por cento de sua dívida externa, que corresponde aos bônus global 2012, 2015 e 2030.

A decisão de não pagar foi anunciada na última sexta-feira com os bônus 2012 (30,6 milhões de dólares) e ratificada ontem, quando a ministra de Finanças, Maria Elsa Viteri, afirmou que também não pagarão os 30,4 milhões de dólares correspondentes aos global 2015.

O presidente equatoriano, Rafael Correa, recalcou no último fim de semana que não abonarão esses compromissos, assumidos e renegociados de maneira ilegal e ilegítima, em prejuízos para o país.

Explicou que a decisão de não pagar abarca o trecho comercial do crédito externo, que corresponde aos bônus 2012, 2015 e 2030 e equivale a 39 por cento do total do débito público, ascendente a nove bilhões 937 milhões de dólares.

Esta postura de não saldar as obrigações ocorre depois que uma Comissão de auditoria da dívida revelou irregularidades e anomalias na contratação de trechos do crédito.

O presidente destacou também que a parte das obrigações, qualificada de legítima será renegociada para cumprir com esses pagamentos, mas a um preço menor que o nominal.

"Estamos preparando um plano de reestruturação com um desconto muito grande, porque há uma parte da dívida legítima e estão nas mãos de portadores de boa fé", recalcou.

Correa alertou também sobre a necessidade de se preparar para enfrentar possíveis processos internacionais e até embargos pela decisão soberana de não pagar estes compromissos.

Ante esta situação, o ministro para a Política, Ricardo Patiño, assinalou que foram estabelecidas as medidas necessárias para proteger os fundos do Estado.

Temo-los protegidos e isso é o mais importante, podem estar tranqüilos, pois estão bem cuidados, sublinhou Patiño.

Segundo o Banco Central os bônus 2012, 2015 e 2030 somam três bilhões 800 milhões, e o total do empréstimo nacional representa 19 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Se a proposta reestruturação for iniciada, seria o sexto processo deste tipo impulsionado pelo Equador desde 1976.

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