Mylena Fiori, enviada Especial
16 dezembro 2008/Agência Brasil http://www.agenciabrasil.gov.br
Costa do Sauípe (BA) - Uma rápida reunião extraordinária do Grupo do Rio, no começo da noite de hoje (16), oficializou a entrada de Cuba no Grupo do Rio, aprovada em reunião ministerial no México, no dia 13 de novembro. O país não integra organismos multilaterais regionais desde os anos 60, quando foi expulso da Organização dos Estados Americanos (OEA).
“Não sei o que pensarão vocês, mas para nós é um momento transcendental de nossa história. Em um rápido filme na minha cabeça passam centenas de cenas diferentes, milhares de rostos de companheiros que não estão mais nessa luta”, disse o presidente cubano, Raúl Castro, para, sem seguida, fazer um retrospecto de história da revolução cubana, da perseguição americana e do sofrimento do povo cubano com o embargo imposto pelos Estados Unidos há 50 anos.
Castro aproveitou a ocasião para defender o fim da Organização dos Estados Unidos (OEA), da qual os Estados Unidos fazem parte. “Não podemos, com ou sem americanos, ingressar na OEA. Essa sigla deve desaparecer. Respeitamos vocês que seguem pertencendo à OEA, mas nós pertenceremos ao Grupo do Rio”, disse.
Ao final da reunião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saudou o “ retorno” de Cuba e disse que a entrada de Cuba no Grupo do Rio é conseqüência da mudança do perfil político e ideológico da América Latina, citando a eleição dos presidentes de esquerda da Bolívia, Evo Morales, do Paraguai, Fernando Lugo, da Argentina, Nestor Kirchner e Cristina Kirchner, e do Chile, Michelle Bachelet.
“Tudo o que aconteceu na América Latina foi em apenas oito anos de vida política, em oito anos aconteceu essa mudança extraordinária na nossa querida América Latina", afirmou Lula.
“Isso culmina com esse pequeno grande gesto, graças a essa mudança do perfil político e ideológico da nossa América Latina a gente pode fazer essa pequena reparação aos companheiros de Cuba, trazê-los primeiro ao grupo do Rio, para depois levá-los para muito mais longe, junto com os latino-caribenhos”, afirmou Lula, lamentando a ausência de Fidel Castro.
Com o ingresso de Cuba, o grupo passa a contar com 19 países latino-americanos mais a Comunidade do Caribe (que reúne outros 14 países-membros e mais seis associados).
Amanhã (17), durante a sessão final da Cúpula América Latina e do Caribe para o desenvolvimento e a Integração, deve ser aprovado pelos 33 países da região uma declaração especial pedindo o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto à Cuba pelo governo norte-americano.
O projeto do documento, ao qual Agência Brasil teve acesso, pede a imediata suspensão da aplicação das medidas adotadas nos últimos cinco anos pelos Estados Unidos com o objetivo de “fortalecer e aprofundar sua política de bloqueio econômico, financeiro comercial contra Cuba”.
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/12/16/materia.2008-12-16.5992932595/view
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