Lisboa, 17 dezembro 2008 (Lusa) - O maior corte da história da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) marcou a reunião extraordinária desta quarta-feira, em que Angola assumiu o desafio de liderar a entidade diante de um mercado adverso.
O corte decidido em Oran, na Argélia, chega a 2,2 milhões de barris diários, a partir de janeiro, elevando para 4,2 milhões de barris a redução de produção desde setembro deste ano, em uma tentativa de inverter a redução do preço do petróleo.
Quase dois anos depois de aderir à Opep, e no final do primeiro ano em que está sujeita a uma cota de produção, Angola assume a presidência rotativa, num momento em que as atenções se voltam para o mercado petrolífero.
Em declarações à Lusa, analistas portugueses e angolanos destacaram, na terça-feira, a "visibilidade" que a presidência dá ao país africano.
"A presidência é uma grande oportunidade para Angola, que já a merecia, porque tem capacidade humana e financeira para poder ser um parceiro essencial nessa organização, e dentro de muito pouco tempo poderá ser o primeiro produtor" africano, disse à Agência Lusa a economista angolana Fátima Roque.
O preço do barril de petróleo está atualmente cerca de 70% abaixo do recorde de julho deste ano, de US$ 147,27.
Na terça-feira, o ministro angolano do Petróleo, Botelho de Vasconcelos, admitiu um novo corte de produção para equilibrar os preços - entre 1,5 a 2 milhões de barris por dia - e assumiu como objetivo "um [preço] de US$ 70 a US$ 75 por barril".
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