5 dezembro 2008
O ministro da Energia moçambicano, Salvador Namburete, considerou “extremamente positivos” os resultados alcançados por Moçambique no primeiro ano de reversão da HCB de Portugal, prevendo uma receita anual de 300 milhões de dólares (236 milhões de euros).
“O balanço é extremamente positivo. A empresa Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) está a funcionar bem (…). As receitas da empresa, esperadas até ao final do ano, superam de longe aquilo que foram as receitas totais do ano passado e dos anos anteriores - entre 270 e 300 milhões de dólares (212 e 236 milhões de euros) para este ano”, disse Namburete.
“É a primeira vez que a HCB atinge este nível, mesmo em termos de produção de gigawatts por hora também subiu muito”, afirmou.
Em declarações à Lusa, o titular da pasta de Energia de Moçambique apontou como uma das “grandes” conquistas o ritmo de pagamento da dívida aos bancos Calyon, francês, e BCP, português, avaliada em 950 milhões de dólares (748 milhões de euros), na altura.
No âmbito do acordo, o Governo moçambicano deveria pagar 700 milhões de dólares, enquanto à empresa cabia pagar de imediato 250 milhões de dólares (197 milhões de euros).
“Temos todas as razões para festejar. Os compromissos com os parceiros, os bancos, estão a ser honrados. A HCB já está a pagar taxa de concessão”, comentou o ministro da Energia de Moçambique.
Na semana passada, Moçambique comemorou a passagem do primeiro ano da reversão da HCB, numa cerimónia realizada no distrito de Songo, província de Tete, centro de Moçambique, onde está localizado o empreendimento.
Um memorando de entendimento rubricado há dois anos pelo Presidente moçambicano, Armando Guebuza, e o primeiro-ministro português, José Sócrates, garantiu a inversão da posição accionista na empresa.
O Estado moçambicano passou a deter 85 por cento da empresa, enquanto Portugal passou a controlar os restantes 15 por cento.
Considerado como o “último reduto do domínio estrangeiro em 500 anos” de colonização portuguesa, a capacidade de gestão da HCB por parte do Estado moçambicano levantou, na altura, várias suspeições por parte de alguns segmentos da sociedade moçambicana.
Mas Namburete considera haver resultados que contrariam os cépticos.
“Uma das áreas de grande preocupação e alguns cépticos se manifestaram era se haveria capacidade nacional moçambicana para fazer manutenção e operação da barragem e da central. Ao fim de um ano, ficou confirmado aquilo que nós sabíamos”, disse.
“Pelo nível de receitas, esperamos no fim do exercício ter lucros e distribuir dividendos e pagar Impostos sobre Rendimentos de Pessoas Colectivas. Portanto, esperamos benefícios significativos, já estamos a ter, mas esperamos mais e acreditamos que a HCB está em condições de realizar a sua função, que é também promover a realização de desenvolvimento de outros projectos de energia no Vale do Zambeze e contribuir para o crescimento económico de uma forma geral”, acrescentou Namburete.
O ministro destacou ainda “muitas coisas visíveis, mesmo do ponto de vista de benefício social para a comunidade”, conquistadas por Moçambique, após a reversão da HCB a Moçambique.
“A HCB tem dado apoios sociais, nomeadamente a nível da saúde, educação, desporto. As obras já são visíveis. A vila de Songo está electrificada”, exemplificou. (Notícias Lusófonas)
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