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2 dezembro 2008
Adital - Cerca de 500 pessoas, entre intelectuais, artistas e lutadores sociais, de mais de 24 países já assinaram o Manifesto pelo Equador e pela Constituição de uma Rede Mundial contra a Dívida Ilegítima. A iniciativa é conseqüência das revelações feitas pelo informe de uma auditoria realizada nas contas públicas do Equador, que mostraram irregularidades na aquisição de empréstimos estrangeiros. Com isso, as organizações sociais pretendem respaldar a decisão do presidente Rafael Correa de interromper o pagamento da dívida.
No documento, os manifestantes recordam que a América Latina e o Caribe continuam pagando tributos coloniais. Segundo eles, as dívidas contraídas ilegalmente acabam por enfraquecer a soberania dos povos, obrigando-os a entregar suas riquezas: "Dívidas odiosas contraídas pelas ditaduras, feitas para subjugar e reprimir, combinam-se com dívidas expansivas que paradoxalmente quanto mais se pagam, mais crescem. As dívidas não foram contraídas pelos povos, mas sim contra eles".
De acordo com o manifesto, a IV Frota, o Plano Colômbia, a Iniciativa Mérida e os Comandos Sul e Norte são tidos como os antigos navios canhoneiros que impunham os empréstimos quando das Guerras de Independência, porém encobertos por sutis mecanismos financeiros. Dessa forma, os manifestantes acreditam que dívidas contraídas assim são ilegítimas e já foram pagas várias vezes.
A decisão do governo equatoriano, tomada no dia 20 de novembro deste ano, é qualificada como um ato "da maior transcendência histórica", ao se propor a julgar os responsáveis por contrai-la e a usá-la em nome do povo. "Diante da crise financeira e da recessão econômica provocada pela voracidade das corporações transnacionais, que agora querem fazer que nossos povos a paguem, é indispensável estender em nível mundial o rechaço definitivo ao pagamento da dívida ilegítima", afirmam.
Por fim, os assinantes do manifesto se comprometem a promover a criação de uma Rede Mundial contra a Dívida ilegítima e os Tributos Coloniais, em coordenação com todas as atividades existentes contra o pagamento da dívida. Entre as personalidades que já assinaram o documento, encontram-se o Prêmio Nobel da Paz, o argentino Adolfo Pérez Esquivel; o dominicano Frei Betto; o sociólogo estadunidense Immanuel Wallerstein; o escritor uruguaio Eduardo Galeano.
Para aderir ao manifesto, escreva para anacecena@gmail.com
Ao publicar em meio impresso, favor citar a fonte e enviar cópia para: Caixa Postal 131 - CEP 60.001-970 - Fortaleza - Ceará - Brasil
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