Lisboa, 21 abril 2008 (Lusa) - As organizações da Lusofonia (CPLP) e da Francofonia (OIF) vão juntar-se para promover o ensino do português nos países francófonos e do francês nos países lusófonos, revelou nesta segunda-feira, em Lisboa, o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Luís Fonseca, que falava à Lusa durante o Encontro dos Três Espaços Lingüísticos (3L) adiantou que o acordo, o primeiro do gênero para a CPLP, está ainda em fase de negociação e deverá estar finalizado dentro de um ou dois meses, de modo a que a assinatura aconteça até julho deste ano.
Este acordo, afirmou, "certamente irá inspirar iniciativas semelhantes que a CPLP espera desenvolver", em particular com os países ibero-americanos, representados no Encontro de Lisboa, e com a Organização Árabe para a Educação, Cultura e Ciência (ALECSO), que também participa, com estatuto de observador.
"Temos de colaborar na promoção da diversidade cultural, garantir que os povos dos nossos países sejam respeitados, nas suas culturas e nas suas línguas", disse o diplomata cabo-verdiano à agência Lusa.
O acordo com a Organização Internacional da Francofonia (OIF), representada na reunião de Lisboa pelo respectivo secretário-geral, Abou Diouf, vai abranger a cooperação entre parlamentos, direitos humanos, boa administração e desenvolvimento de sistemas democráticos, além do intercâmbio na promoção da língua e cultura.
Atualmente, três países lusófonos pertencem à OIF - Cabo Verde Guiné-Bissau e São Tomé, que estão "cercados" por países de fala francesa.
Por outro lado, dois países membros da francofonia - Ilhas Maurícias e Guiné Equatorial - têm estatuto de observador junto da CPLP.
Em declarações à Lusa durante o encontro, Abou Diouf afirmou que o acordo com a CPLP vai permitir "ir mais longe entre lusofonia e francofonia, que têm membros em comum e um campo plenamente favorável para desenvolver relações".
Este é o quarto encontro "3L", mas a primeira vez que acontece em Lisboa, no Centro Cultural de Macau.
O encontro conta com a presença do ex-presidente da República Jorge Sampaio, atualmente Representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações.
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