Maputo, 28 abril 2008 - Os Institutos de Propriedade Industrial da CPLP defenderam hoje em Maputo a criação de uma base integrada de marcas para dar a conhecer aos investidores o potencial tecnológico e de inovação existente em cada um dos oito países.
A ideia de uma base de dados comum sobre marcas foi realçada na abertura do Segundo Fórum da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre Propriedade Industrial, que decorre de hoje até terça-feira, na capital moçambicana.
O presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial de Portugal (INPIP), António Campinos, que é também o porta-voz do evento, disse à Agência Lusa que o estabelecimento de uma base integrada de marcas dará aos investidores do espaço lusófono garantias de protecção de marcas.
"O investidor em Moçambique, em Angola ou noutro país lusófono que partilha esta base de marcas irá saber muito rapidamente onde é que está protegida esta ou aquela marca, para poder investir de modo avisado e com mais eficiência e eficácia", enfatizou Campinos.
O fraco desenvolvimento industrial da maior parte dos países da CPLP não deve desencorajar a organização de apostar mais na vertente de protecção da sua criação industrial e intelectual, referiu o presidente do INPIP.
"Cada país pode impor a marca do vector de produção em que é forte, seja nos serviços ou noutro campo", sublinhou António Campinos, apontando a aposta de Moçambique em associar os seus produtos alimentares a uma marca como um exemplo de capitalização da produção nacional.
"Moçambique tem potencial na área do turismo e na área alimentar, tal como Angola, é nisso em que se podem impor na arena internacional, é legítimo que não invistam nas áreas em que a Alemanha, os EUA e a França já têm marcas tradicionais", disse Campinos.
O presidente do INPIP afirmou ainda que os países podem perder muitas receitas por colocarem no mercado internacional produtos sem marca, pois este aspecto é hoje em dia fundamental nas transacções comerciais.
"Uma empresa não vale tanto só pelo número de empregados que tem nem das quantidades que produz, mas pela marca que expõe no mercado, pela associação à origem da marca", frisou António Campinos.
O Fórum da CPLP sobre Propriedade Industrial foi lançado no Rio de Janeiro, Brasil, em 2006, e uma das suas primeiras acções foi a criação de um portal contendo agora 200 mil documentos sobre invenções tecnológicas no espaço lusófono, que já foi consultado por mais de dois milhões de pessoas, segundo dados divulgados no encontro.
A CPLP reúne Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. (Notícias Lusófonas)
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