Brasília, 30 abril 2008 (Lusa) - Brasil e Espanha reforçaram na terça-feira o interesse comum de cooperar com a África Ocidental, em especial com a Guiné-Bissau, por ocasião da visita do ministro espanhol de Assuntos Exteriores, Miguel Moratinos, a Brasília.
“A Espanha quer participar na reconstrução de Bissau e ajudar a melhorar a situação do país”, afirmou Moratinos, em entrevista ao lado do chanceler brasileiro, Celso Amorim.
O ministro brasileiro das Relações Exteriores lembrou, por sua vez, que o Brasil preside ao Comitê das Nações Unidas para a Reconstrução da Guiné-Bissau.
"Temos o apoio da Espanha e é importante continuarmos nesta linha", destacou Amorim, que visitou recentemente a Guiné-Bissau.
A Comissão Européia, braço executivo da União Européia (UE), disponibilizou na terça-feira uma verba de 600 mil euros ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que vai financiar ações do processo eleitoral na Guiné-Bissau.
A verba faz parte dos 800 mil euros destinados ao Pnud para apoiar as eleições legislativas guineenses, previstas para 16 de novembro.
A Guiné-Bissau está entre os países mais pobres do mundo e tem problemas muito graves, como alto índice de analfabetismo, taxa de mortalidade infantil considerada inaceitável pelo Unicef (20% das crianças morrem antes de completar cinco anos) e tráfico de drogas.
As estimativas indicam que 25% da cocaína consumida na Europa transita pela África Ocidental, sobretudo pela Guiné-Bissau, considerada como o “primeiro narco-Estado da África”.
HaitiA situação do Haiti, onde este mês houve sérios protestos contra os altos preços dos alimentos, também foi abordada nas conversas de Moratinos com as autoridades brasileiras.
“O Haiti vai figurar de forma prioritária na cúpula União Européia - América Latina e Caribe”, que acontece em 16 de maio, em Lima, no Peru, garantiu o ministro espanhol.
O Brasil é responsável pelo comando militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) desde seu estabelecimento pelo Conselho de Segurança, em junho de 2004.
O governo brasileiro garante que continuará empenhado em ajudar o Haiti e cobra esforços da comunidade internacional.
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