Praia, 25 abril 2008 - O Governo de Cabo Verde prevê investir entre 200 e 250 milhões de euros para superar os problemas energéticos do país e que podem condicionar o crescimento da economia do arquipélago, sobretudo do sector do turismo, anunciou hoje a Pana na Praia.
Um estudo efectuado pela empresa brasileira Simonsen Associados, divulgado quinta-feira na Praia, prevê que, até 2025, Cabo Verde terá de triplicar a sua capacidade energética, passando dos actuais 80 megawatts para cerca de 300.
Para o efeito, o director-geral da Indústria e Energia, Abraão Lopes, revelou que o Governo está a mobilizar parcerias público-privadas e financiamentos junto do Banco Mundial, do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e do Banco Japonês para o Desenvolvimento, precisando haver já um leque de parceiros identificados e acordos assinados.
"Estamos a falar de um crescimento exponencial em termos de necessidades energéticas que será consumida principalmente pelos grandes empreendimentos turísticos que estão a surgir nos quatro principais centros de consumo que são Santiago, São Vicente, Sal e Boavista", explicou Abraão Lopes.
Os quatro parques eólicos que serão instalados nessas ilhas vão permitir gerar cerca de 28 megawatts de potência, correspondentes a 18 por cento do total da produção energética das zonas.
Abraão Lopes disse trata-se de um grande projecto, que deverá começar a ser implementado no segundo semestre deste ano com financiamentos já garantidos.
"Os investimentos são extremamente avultados, estamos a falar, para as energias eólicas, de cerca de um milhão e meio de euros por cada magawatt instalado.
O projecto já tem uma estimativa de cerca de 140 milhões de euros e há uma sociedade multinacional participada por cinco países europeus que vão co-financiar o projecto, mas do ponto de vista da parceria público-privado", precisou.
Segundo Abraão Lopes, a conclusão do projecto irá repercutir-se na redução da factura energética em termos de importação de combustíveis, além de melhorar o impacto no meio ambiente.
"Esta aposta passará primeiramente pelo desenvolvimento massivo das energias eólica, solar e também das ondas do mar”, uma vez que “a situação a nível internacional está extremamente complicada, com o preço do petróleo a subir constantemente, e portanto é uma situação insustentável principalmente para as economias como a de Cabo Verde", sustentou o director-geral da Indústria e Energia. (AngolaPress)
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