10 abril 2012, Vermelho
http://www.vermelho.org.br (Brasil)
Diversas
entidades brasileiras, partidos políticos, centrais sindicais e movimentos de
todos os setores da sociedade brasileira reuniram-se na sede do Centro Cultural
Árabe-Sírio de São Paulo nesta terça-feira (9), para a reunião de solidariedade
à Síria, com o cônsul-geral sírio Dr. Ghassan Obeid.
Por
Moara Crivelente, da redação do
Vermelho
A reunião contou com cerca de 40 pessoas e partiu da
análise sobre a situação atual da Síria e a marcha de solidariedade realizada
em São Paulo em 23 de março, em que compareceram cerca de 200 pessoas.
O cônsul sírio iniciou a reunião saudando o apoio manifestado pelos países do
Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em sua última cimeira,
realizada em março em Durban (na África do Sul). O agrupamento defendeu a
soberania síria, a integridade territorial e a promoção de um diálogo nacional
interno sem a ingerência estrangeira, que ameaça uma intervenção militar.
A
crise na Síria já dura dois anos, e o cônsul fez uma atualização da situação
interna desenvolvida pela violência armada, financiada, patrocinada e
organizada por atores regionais e internacionais. Entre estes, foram destacados
mais uma vez os papeis da Arábia Saudita, do Catar, da Turquia e dos Estados
Unidos, em sua tradição imperialista e de ingerência.
A
constante referência ao presidente da Síria, Bashar al-Assad, como um
"ditador" é um instrumento dos atores que buscam legitimar essa
ingerência na política interna da Síria, e a desinformação midiática tem sido
meio fundamental para esse esforço, inclusive no Brasil.
Por
isso, as entidades presentes na reunião, assim como o cônsul Obeid, fizeram
diversas referências à necessidade de apoio explícito ao povo e ao governo da
Síria, que já tem realizado esforços por um debate político amplo e nacional. O
diplomata informou, por exemplo, que o novo parlamento conta com a participação
de 22 partidos polítcos, num aumento evidente da participação e da
representação política, pois até recentemente havia oito partidos
representados.
Outro
exemplo da realização de debates políticos internos e de esforços nacionais
pelo diálogo foi a nova Constituição, "estabelecida em meio à crise",
de acordo com o cônsul, o que demonstra o compromisso do governo com a
negociação, contra a violência instigada desde o exterior.
"A linguagem atual da violência não é a que o governo quer; chamamos até
os que estão armados para o diálogo, mas a Arábia Saudita, o Catar e o Kwait
não querem que isso aconteça, querem mais derramamento de sangue para dominar a
Síria. Felizmente, e graças aos reais amigos da Síria, isso não vai
acontecer", disse o cônsul.
Obeid agradeceu as declarações da presidenta brasileira Dilma Rousseff sobre a
soberania síria e a necessidade de um diálogo nacional, ressaltando os aspectos
positivos das resoluções do Brics sobre a Síria.
O cônsul lembrou também sobre os planos do governo sírio de realizar eleições
parlamentares no final de 2013, e eleições presidenciais em 2014, conforme o
previsto na Constituição síria. O mandato presidencial naquele país é de sete
anos, e a primeira vez que al-Assad foi eleito foi em 2000, com amplo apoio
popular, que se manteve nas eleições de 2007.
Solidariedade ao povo sírio
As entidades presentes na reunião falaram da necessidade de um apoio
humanitário e explícito à população síria, que vive em contexto de violência
armada desde 2011, ameaçada principalmente por grupos de mercenários de diversas
nacionalidades, autores de atentados terroristas frequentes.
A participação direta de países como os Estados Unidos no financiamento desses
grupos, ou seja, a sua participação em atos de terrorismo, foi levantada como
um paradoxo a ser ressaltado. Uma vez mais, o país que oficializou em discurso
inflamado a suposta "luta contra o terrorismo" global tem mostrado
dupla moral, apoiando grupos que usam o mesmo método de violência contra
governos que não se submetem às políticas imperialistas ocidentais.
Neste sentido, as entidades debateram a necessidade de maior divulgação do que
acontece na Síria em sentido crítico, nas páginas das mesmas entidades e com a
criação de um jornal dedicado a esse aspecto, assim como a divulgação da causa
a outras entidades e partidos brasileiros de relevo. Além disso, também foi
proposta a elaboração de um manifesto (intitulado "Somos Todos
Sírios") e, mais importante, o estabelecimento oficial de um Comitê de
Solidariedade à Síria.
Para isso, definiu-se a realização da próxima reunião no dia 6 de maio, data
simbólica para os sírios por ser o "dia dos mártires" no país, ou
seja, dos combatentes mortos durante as lutas contra o domínio francês. Está
previsto o lançamento oficial do Comitê durante a reunião, assim como a publicação
do seu manifesto contra o imperialismo, a ingerência na política interna, o
terrorismo e pelo respeito à soberania síria.
Estiveram presentes as seguintes entidades e instituições:
Partido Comunista do Brasil (PCdoB); Partido Pátria Livre (PPL); Força
Sindical; Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); Central
Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Centro Brasileiro de Solidariedade
aos Povos e de Luta pela Paz (Cebrapaz) e Conselho Mundial da Paz (CMP);
Federação das Entidades Árabe-Palestinas do Brasil (Fepal); Federação das
Entidades Árabes (Fearab América e SP), Confederação das Mulheres do Brasil
(CMB) e Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM); Portal
Vermelho, Sociedade Beneficente Islâmica de SP, Instituto Paulo Freire,
Conselho de Representantes dos Empregados da Companhia de Engenharia de Tráfego,
Grupo de Trabalho Árabe/Centro de Estudo de Oriente Médio, Centro Islâmico do
Brasil (CIB), Revista Sawtak, Centro Cultural Árabe-Sírio, Partido Comunista
Libanês (PCL) e Partido Socialista Árabe Sírio (Al Baath).
Por Moara Crivelente, da redação do Vermelho
O cônsul sírio iniciou a reunião saudando o apoio manifestado pelos países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em sua última cimeira, realizada em março em Durban (na África do Sul). O agrupamento defendeu a soberania síria, a integridade territorial e a promoção de um diálogo nacional interno sem a ingerência estrangeira, que ameaça uma intervenção militar.
"A linguagem atual da violência não é a que o governo quer; chamamos até os que estão armados para o diálogo, mas a Arábia Saudita, o Catar e o Kwait não querem que isso aconteça, querem mais derramamento de sangue para dominar a Síria. Felizmente, e graças aos reais amigos da Síria, isso não vai acontecer", disse o cônsul.
Obeid agradeceu as declarações da presidenta brasileira Dilma Rousseff sobre a soberania síria e a necessidade de um diálogo nacional, ressaltando os aspectos positivos das resoluções do Brics sobre a Síria.
O cônsul lembrou também sobre os planos do governo sírio de realizar eleições parlamentares no final de 2013, e eleições presidenciais em 2014, conforme o previsto na Constituição síria. O mandato presidencial naquele país é de sete anos, e a primeira vez que al-Assad foi eleito foi em 2000, com amplo apoio popular, que se manteve nas eleições de 2007.
Solidariedade ao povo sírio
As entidades presentes na reunião falaram da necessidade de um apoio humanitário e explícito à população síria, que vive em contexto de violência armada desde 2011, ameaçada principalmente por grupos de mercenários de diversas nacionalidades, autores de atentados terroristas frequentes.
A participação direta de países como os Estados Unidos no financiamento desses grupos, ou seja, a sua participação em atos de terrorismo, foi levantada como um paradoxo a ser ressaltado. Uma vez mais, o país que oficializou em discurso inflamado a suposta "luta contra o terrorismo" global tem mostrado dupla moral, apoiando grupos que usam o mesmo método de violência contra governos que não se submetem às políticas imperialistas ocidentais.
Neste sentido, as entidades debateram a necessidade de maior divulgação do que acontece na Síria em sentido crítico, nas páginas das mesmas entidades e com a criação de um jornal dedicado a esse aspecto, assim como a divulgação da causa a outras entidades e partidos brasileiros de relevo. Além disso, também foi proposta a elaboração de um manifesto (intitulado "Somos Todos Sírios") e, mais importante, o estabelecimento oficial de um Comitê de Solidariedade à Síria.
Para isso, definiu-se a realização da próxima reunião no dia 6 de maio, data simbólica para os sírios por ser o "dia dos mártires" no país, ou seja, dos combatentes mortos durante as lutas contra o domínio francês. Está previsto o lançamento oficial do Comitê durante a reunião, assim como a publicação do seu manifesto contra o imperialismo, a ingerência na política interna, o terrorismo e pelo respeito à soberania síria.
Estiveram presentes as seguintes entidades e instituições:
Partido Comunista do Brasil (PCdoB); Partido Pátria Livre (PPL); Força Sindical; Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e de Luta pela Paz (Cebrapaz) e Conselho Mundial da Paz (CMP); Federação das Entidades Árabe-Palestinas do Brasil (Fepal); Federação das Entidades Árabes (Fearab América e SP), Confederação das Mulheres do Brasil (CMB) e Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM); Portal Vermelho, Sociedade Beneficente Islâmica de SP, Instituto Paulo Freire, Conselho de Representantes dos Empregados da Companhia de Engenharia de Tráfego, Grupo de Trabalho Árabe/Centro de Estudo de Oriente Médio, Centro Islâmico do Brasil (CIB), Revista Sawtak, Centro Cultural Árabe-Sírio, Partido Comunista Libanês (PCL) e Partido Socialista Árabe Sírio (Al Baath).
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