sexta-feira, 12 de abril de 2013

Moçambique/Minérios não ofuscarão agricultura --- Guebuza



12 abril 2013, Radio Moçambique http://www.rm.co.mz

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, reafirmou que as descobertas de vastos recursos naturais, tais como carvão e gás natural, não vão desfocar a atenção que o executivo presta ao sector agrário, muito menos ofuscar a prioridade conferida ao melhoramento das tecnologias agrárias.

A determinação do governo, segundo o Chefe de Estado, visa fundamentalmente aumentar a produtividade agrária no contexto da luta contra a pobreza que é a agenda da actualidade do executivo, porquanto ela (agricultura) entra numa relação simbiótica com os recursos naturais para assegurar a viabilização da sua exploração bem-sucedida.

Guebuza reafirmou a convicção na cerimónia de lançamento havida hoje, em Maputo, do Plano Nacional de Investimento do Sector Agrário (PNISA), que será executado durante o quinquénio 2013/17 e está avaliado em cerca de quatro mil milhões de dólares americanos.

“O peso da agricultura na nossa economia é sublinhado pelo facto de cerca de 88 por cento dos agregados familiares praticarem esta actividade, que emprega mais de 81 por cento da população activa”, explicou o presidente, apontando que o sector agrário contribui com cerca de 25 por cento para o Produto Interno Bruto (PIB).

O PNISA, cuja visão é tornar o sector agrário integrado, próspero competitivo e sustentável, reveste-se de elevada importância por constituir um complemento à materialização das acções de curto e médio prazos, do compromisso assumido pelo país no quadro dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).

Ao abrigo do Plano, que já conta com uma fatia orçamental no valor de 820 milhões de dólares americanos, anunciados pelos parceiros de cooperação (Banco Africano de Desenvolvimento, Banco Mundial, Estados Unidos da América, União Europeia e Japão), há cinco pilares que serão a essência para a sua execução.

Trata-se da produção alimentar que salvaguarda questões como as culturas alimentares e de rendimento, pesca, pecuária, investigação agrária, extensão agrária, aproveitamento hidroagrícola e a mecanização agrícola.

O segundo pilar, acesso ao mercado e melhoria de infra-estruturas e serviços, contempla a gestão pós-colheita e comercialização, serviços financeiros, desenvolvimento do agronegócio (incluindo processamento industrial), estradas rurais e sistema de informação de mercado e estatísticas agrárias.

No terceiro, que diz respeito a segurança alimentar e nutricional, o objectivo é melhorar o acesso e a utilização de alimentos de alto valor nutritivo e a monitoria e coordenação multissectorial.

O PNISA, que será implementado nos corredores de Pemba, Lichinga, Nacala, Vale do Zambeze, Beira, Limpopo e Maputo vai, no terceiro pilar, contemplar questões que têm a ver com a terra e água para fins agrários, florestas e fauna bravia, desenvolvimento institucional, cartografia e teledetecção e cadastro único de terras.

A sua implementação será feita através de parcerias público-privadas e a própria população, por via de mecanismos formais de monitoria e avaliação já estabelecidos pelo governo no Plano Económico Social (PES), Plano de Acção para Redução da Pobreza (PARP), Plano Quinquenal do Governo (PQG), bem como através de fóruns consultivos e de diálogo.

A cerimónia de lançamento PNISA contou ainda com a presença dos chefes de várias missões diplomáticas acreditadas no país, quadros do sector da agricultura entre outros convidados. (RM/AIM)

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