12 abril 2013,
AngolaPress http://www.portalangop.co.ao (Angola)
Luanda
– A ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, desloca-se hoje, sexta-feira,
a Buenos Aires, para participar na entronização da figura da “Mamã Muxima”,
cuja réplica da estatueta foi transladada de Angola na quinta-feira para o
Santuário de Luján, na Argentina.
Segundo
uma nota chegada hoje à Angop, a ministra integra a delegação angolana
constituída pelo arcebispo emérito do Lubango, dom Zacarias Camuenho, os bispos
do Uíge, dom Emílio Sumbelelo, do Kuito, dom José Nambi, de Mbaza Congo, dom
Vicente Kiazico, de Menongue, dom Mário Lucunde, e de Cabinda, dom Filomeno
Vieira Dias.
O
documento ressalta ainda que o programa de entronização inclui para o dia de
hoje visita à catedral de Buenos Aires, à antiga sede do Papa Francisco,
encontro com o administrador apostólico da Arquidiocese de Buenos Aires, jantar
com a comunidade angolana e um convívio cultural e espiritual a volta da imagem
de Nossa Senhora da Muxima.
Para o
dia de amanhã, o destaque recai para o encontro com os missionários argentinos
que trabalharam em Angola, enquanto a partida para o santuário e a realização
do acto de entronização está marcado para domingo e vai ser presidido pelo bispo
de Viana, dom Joaquim.
Antes da
viagem, os católicos realizaram uma peregrinação no passado dia 10 do corrente
mês desde o Santuário da Muxima, no município da Quissama, passando pela
Paróquia de Nossa Senhora de Fátima até à Igreja Sagrada Família, em Luanda,
onde foi venerada a imagem pelos fiéis.
A
peregrinação contou com 75 peregrinos, dos quais 12 bispos, 23 padres, 14
freiras e 26 leigos, que também acompanham “Mamã Muxima” (Mãe do Coração) até
Argentina, e regressam dia 15 do mês em curso.
A
iniciativa, segundo o padre Antero Beji, surgiu do embaixador de Angola na
República da Argentina, Hermínio Escórcio, que encontrou no ambiente argentino
uma diversidade religiosa num santuário internacional, contendo uma galeria com
diferentes estatuetas de santos católicos representativos de vários países.
O
santuário está situado a 67 quilómetros de Buenos Aires e faz parte da Basílica
de Nossa Senhora de Lujan, considerado pelos católicos como a padroeira da
Argentina, Uruguai e Paraguai.
A titular
da pasta da Cultura recebeu em audiência, dias antes da sua partida para
Argentina, o encarregado de negócios e o chefe das secções económica e consular
desse país da América do Sul, nomeadamente Emiliano Waiselfisz e Carlos Moreno,
e analisaram os laços históricos e culturais entre os dois povos.
A origem
do tango em Angola, tese defendida por alguns historiadores angolanos e
estrangeiros, foi um dos assuntos debatidos, no sentido de se criarem acções
conjuntas no domínio da investigação científica sobre esse género de dança
argentina.
Esta
semana, a ministra reuniu com o historiador Simão Souindoula, um dos
investigadores angolanos que afirma que “o tango tem a sua origem em Angola”.
Simão
Souindoula é vice-presidente do projecto internacional “A Rota do Escravo”, da
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
O também
consultor do Ministério da Cultura e historiador esteve a frente, de 1 a 3
deste mês, da primeira Conferência Sobre Descendência Escrava, realizada no Centro
de Convenções de Talatona, em Luanda, sob o tema “Memória Reconciliadora,
Concórdia Humana”, cuja cerimónia de abertura foi presenciada pela ministra da
Cultura.
A
ministra também manteve um encontro com o antropólogo Virgílio Coelho, um dos
quadros do Ministério da Cultura, que já desempenhou as funções de
vice-ministro.
Recentemente,
Rosa Cruz e Silva auscultou os directores do Instituto Nacional das Indústrias
Culturais (INIC), António Fonseca, e do Arquivo Nacional de Angola, Alexandra
Aparício, respectivamente, para se inteirar das actividades de ambos os
sectores.
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