4 dezembro 2009/Conselho Indigenista Missionário (CIMI) http://www.cimi.org.br
SOLIDARIEDADE LATINO AMERICANA AO POVO GUARANI
Nós participantes do IV Encontro Continental de Teologia Índia, vindos dos diversos países da América latina e Caribe, aprofundamos o tema da “mobilidade humana, desafio e esperança para os povos indígenas”. Ouvindo nossos sábios conhecedores profundos da história de invasão e expulsão da maioria dos povos indígenas de seus territórios tradicionais conhecemos a dramática situação do povo Guarani que hoje vive no Paraguai, Argentina, Brasil, Bolívia e Uruguai.
A invasão dos territórios Guarani gerou uma dispersão desse povo, tendo hoje uma das territorialidades mais amplas da América Latina, que representa a presença Guarani em cinco países e dez Estados brasileiros, abrangendo as bacias do rio da Prata até a bacia Amazônica, do litoral atlântico até o Chaco paraguaio , argentino e da Bolívia.
Uma das questões mais cruciais que quase as mais de 700 comunidades Guarani enfrentam é o não reconhecimento de suas terras e território. A grande maioria vive sobressaltada, expulsas e suas terras devastadas. Alem disso estão aumentando as violências contra as comunidades Guarani, especialmente as que estão lutando pela recuperação de parte de seus territórios tradicionais. Os Kaiowá Guarani, do Mato Grosso do Sul tiveram recentemente assassinados dois professores, em Ypo’i, município de Paranhos.
Os Ava Guarani de Itakyry, no Paraguai, estão sofrendo todo tipo de violência, ordens de despejo e envenenamento por pulverização com avião, por parte dos impulsionadores da monocultura (da soja) que querem arrebatar parte do território tradicional deste povoado Guarani.
As comunidades que foram desalojados de suas terras tradicionais pelas hidrelétricas de Itaipu e Yasyrita estão em continua fuga depois de terem perdido uma grande parte de seu território nas margens do rio Paraná, onde hoje constituem populações conhecidas como “sem terra, indígenas”.
Os participantes desse VI Encontro de Teologia índia, externamos nossa total solidariedade ao povo Guarani em sua luta pelo reconhecimento de suas terras, exigindo dos estados nacionais o cumprimento das constituições e dos tratados internacionais, como a Convenção 169 da OIT e a Declaração dos Direitos Indígenas da ONU.
Pelo reconhecimento e garantia das terras Guarani
Berlin, El Salvador, 3 de dezembro de 2009
SOLIDARIEDADE COM O POVO MAPUCHE DO CHILE E ARGENTINA
Nos últimos anos e especialmente nos dias atuais o povo Mapuche está sofrendo repressão em seu território. Neste período mataram três irmãos Mapuche (Rodrigo, Lemun, Matias Catrileo e S. Collio, pelas mãos das forças especiais de carabineros, sem que até agora tenha sido feito justiça. Se tem aprisionado e perseguindo sistematicamente seus dirigentes, irmãos que lutam pela recuperação de suas terras tradicionais.
Não se tem respeitado o convenio 169 da OIT, aplicando-se a lei antiterrorrista, a mesma que fez desaparecer e matar muitos irmãos no período da ditadura. O governo “democrático” não tem respeitado os direitos humanos do povo Mapuche, violou suas terras, se violentou as crianças e as mulheres, se aliando com as transnacionais para seguir se despojando a terra mapuche.
Nos solidarizamos com os presos políticos Mapuche, que chega a uma centena em todo o território mapuche.
Rechaçamos a lei antiterrorrista e nos solidarizamos com a luta pela recuperação do território mapuche.
Se pede o respeito aos direitos os direitos dos irmãos mapuches presos. Que se lhes entregue apoio à sua legitima defesa ante as acusações falsas articuladas pelas transnacionais madeireiras e o governo do Chile.
Rechaçamos a instalação de mais represas ( Em Ralco-Aysén) mineradoras e madereiras(zona de Arauco) que tem deteriorado o modo de vida dos povos indígenas no Chile. (Aymaras, coyas, atacamenhos, diaguitas no norte e mapuches no sul) e ameaça o despojamento de suas terras.
Rechaçamos as violências contra as crianças, as mulheres, os anciões, nas comunidades em conflito por terras.
Conclamamos o mundo católico e evangélico, a solidarizar-se com as lutas pela justiça do povo Mapuche.
Berlin, El Salvador, 3 de dezembro de 2009
Articulação Ecumênica Latino americana de Pastoral Indígena
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