Lisboa, 13 dezembro 2007 - A primeira Biblioteca Portuguesa de Estudos Africanos, que pretende divulgar a realidade de todos os países de África e não apenas dos lusófonos, vai ser apresentada oficialmente na sexta-feira, num encontro internacional de especialistas em assuntos africanos.
A funcionar nas instalações do Instituto de Ciências do Trabalho e da Empresa (CEA-ISCTE), a biblioteca é o resultado de um projecto que se iniciou em 2005 no CEA-ISCTE com o objectivo de "criar um espaço que não tivesse apenas como centro a África lusófona", disse Manuel João Ramos, o coordenador do projecto.
"Portugal sabe muito pouco da realidade africana em outros contextos que não seja a África lusófona", lamentou.
Com o apoio financeiro de 350 mil euros da Comissão Europeia, esta biblioteca tem cerca de dez mil livros sobre toda a África, maioritariamente nas áreas das ciências sociais e humanidades, mas a ambição do CEA-ISCTE é continuar a fazer aquisições.
"Este é um passo importante que tinha de ser dado. Portugal não podia olhar para África de um ponto de vista nacionalista. Sem o desenvolvimento do conhecimento, não há uma política esclarecida", defendeu o responsável.
Nesse sentido, Manuel João Ramos disse ainda que "há um grande défice da política externa portuguesa em relação a África".
O responsável acrescentou que os centros de estudos africanos das Universidades de Évora, Porto e de Lisboa participaram na criação da biblioteca, que contou ainda com a doação de parte do espólio de David Birmingham, um especialista em Angola, e da biblioteca da Presidência Portuguesa, por decisão do ex-presidente Jorge Sampaio.
Depois da biblioteca, o próximo grande desafio que o CEA-ISCTE, juntamente com universidades estrangeiras, enfrenta é criar uma biblioteca digital com conteúdos "on-line", que possa ser consultada em qualquer parte do mundo.
"Queremos integrar Portugal numa rede partilhada em todo o mundo, porque a digitalização de documentos e livros permite que um investigador africano não tenha de vir a Portugal para consultar uma obra", afirmou.
A apresentação pública da Biblioteca Portuguesa de Estudos Africanos decorre durante o Encontro Internacional sobre as Relações Europa-África, que se realiza sexta-feira e sábado no ISCTE, em Lisboa.
As relações entre os continentes africano e europeu, a imigração e o colonialismo serão os temas que vão estar em debate, indicou Manuel João Ramos. Referiu ainda que o encontro internacional surge na sequência da II Cimeira UE/África, que decorreu no passado fim-de-semana, em Lisboa, e é uma "tentativa de análise crítica, não apenas ao colonialismo, mas de como estão a ser reconfiguradas as relações entre os dois continentes e em que sentido". "Actualmente, deparamo-nos com novas questões como os interesses económicos, a gestão política e o problema grave que é a necessidade ou tentativa de integração de um número cada vez maior de imigrantes africanos", indicou. (Notícias Lusófonas)
A funcionar nas instalações do Instituto de Ciências do Trabalho e da Empresa (CEA-ISCTE), a biblioteca é o resultado de um projecto que se iniciou em 2005 no CEA-ISCTE com o objectivo de "criar um espaço que não tivesse apenas como centro a África lusófona", disse Manuel João Ramos, o coordenador do projecto.
"Portugal sabe muito pouco da realidade africana em outros contextos que não seja a África lusófona", lamentou.
Com o apoio financeiro de 350 mil euros da Comissão Europeia, esta biblioteca tem cerca de dez mil livros sobre toda a África, maioritariamente nas áreas das ciências sociais e humanidades, mas a ambição do CEA-ISCTE é continuar a fazer aquisições.
"Este é um passo importante que tinha de ser dado. Portugal não podia olhar para África de um ponto de vista nacionalista. Sem o desenvolvimento do conhecimento, não há uma política esclarecida", defendeu o responsável.
Nesse sentido, Manuel João Ramos disse ainda que "há um grande défice da política externa portuguesa em relação a África".
O responsável acrescentou que os centros de estudos africanos das Universidades de Évora, Porto e de Lisboa participaram na criação da biblioteca, que contou ainda com a doação de parte do espólio de David Birmingham, um especialista em Angola, e da biblioteca da Presidência Portuguesa, por decisão do ex-presidente Jorge Sampaio.
Depois da biblioteca, o próximo grande desafio que o CEA-ISCTE, juntamente com universidades estrangeiras, enfrenta é criar uma biblioteca digital com conteúdos "on-line", que possa ser consultada em qualquer parte do mundo.
"Queremos integrar Portugal numa rede partilhada em todo o mundo, porque a digitalização de documentos e livros permite que um investigador africano não tenha de vir a Portugal para consultar uma obra", afirmou.
A apresentação pública da Biblioteca Portuguesa de Estudos Africanos decorre durante o Encontro Internacional sobre as Relações Europa-África, que se realiza sexta-feira e sábado no ISCTE, em Lisboa.
As relações entre os continentes africano e europeu, a imigração e o colonialismo serão os temas que vão estar em debate, indicou Manuel João Ramos. Referiu ainda que o encontro internacional surge na sequência da II Cimeira UE/África, que decorreu no passado fim-de-semana, em Lisboa, e é uma "tentativa de análise crítica, não apenas ao colonialismo, mas de como estão a ser reconfiguradas as relações entre os dois continentes e em que sentido". "Actualmente, deparamo-nos com novas questões como os interesses económicos, a gestão política e o problema grave que é a necessidade ou tentativa de integração de um número cada vez maior de imigrantes africanos", indicou. (Notícias Lusófonas)
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