28 novembro 2009/Agência Brasil http://www.agenciabrasil.gov.b
Emerson Penha, enviado especial
Motevidéu - Tudo indica que o candidato José “Pepe” Mujica, apoiado pelo popular presidente Tabaré Vasquez, vença as eleições deste domingo. As últimas pesquisas apontam uma diferença de nove pontos percentuais entre ele e o ex-presidente Luis Alberto Lacalle, de 68 anos, do Partido Nacionalista (ou Blanco). No primeiro turno, em outubro, Mujica obteve 49 por cento dos votos válidos, o que provocou a convocação do segundo turno contra Lacalle. Amanhã (29), 2,6 milhões de uruguaios vão às urnas no segundo turno.
José Mujica, de 74 anos, é produtor rural. Ex-guerrilheiro Tupamaro, grupo armado que enfrentou a ditadura no Uruguai entre 1973 e 85, passou 14 anos detido como preso político. Já foi deputado, ministro de Estado e atualmente é senador pela Frente Ampla. Em dezembro passado, na convenção partidária, venceu Danilo Astori, economista e também senador, que se tornou candidato a vice-presidente em sua chapa.
A campanha eleitoral terminou na sexta-feira, mas por toda parte se vê bandeiras e cartazes de ambos os candidatos. O país, com cerca de 3 milhões e 400 mil habitantes, vive momentos de estabilidade política e econômica há duas décadas, e passou com relativa tranqüilidade pela última crise mundial, mantendo índices de desemprego abaixo dos 7 por cento. Parte da população credita esse bom comportamento da economia uruguaia à gestão do presidente Tabaré Vasquez, primeiro líder de esquerda a chegar ao cargo, em 2005.
Politizados, os uruguaios esperam com empolgação a hora de votar. As cédulas, com as fotos e os nomes dos candidatos, são distribuídas antecipadamente; no dia de votar, basta que o eleitor leve a de sua escolha e deposite na urna. Jorge Lascaux, motorista de táxi, vota na oposição. Ele diz saber que seu candidato vai perder as eleições, mas comemora assim mesmo: “o direito de votar nos custou muito. Por isso, comemoramos quando ganhamos e também quando perdemos”.
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