sábado, 28 de novembro de 2009

Moçambique na rota mundial através de cabo submarino

Moçambique entrou na rota mundial das telecomunicações através de cabo submarino, quando a WIOCC, sociedade que engloba doze grandes operadores africanos de telecomunicações, e a empresa TDM (Telecomunicações de Moçambique), celebraram há dias em Maputo, o lançamento simbólico do sistema de cabo submarino EASSy, no Oceano Índico, percorrendo a costa oriental do nosso continente.

27 novembro 2009/Notícias

O primeiro ponto de ligação do cabo será na Baía de Maputo, possivelmente na próxima semana, prevendo-se para 30 de Junho de 2010, a entrada em funcionamento do sistema.

O cabo de Maputo, com uma extensão de 40km e que ligará Moçambique ao cabo principal do EASSy, já foi entregue e está para ser instalado no fundo do mar, na Baía de Maputo.

Segundo os especialistas envolvidos nesta operação, dado que as águas do mar na Baía de Maputo são muito rasas, o que não permite que seja o navio principal a instalar o cabo principal, tal será feito com a utilização de uma lancha como plataforma para a instalação do mesmo e posterior ligação ao cabo principal.

O lançamento do cabo principal do EASSy iniciará logo que a instalação do ponto de ligação de Maputo esteja concluída.

A conclusão do lançamento do cabo principal está prevista para Abril de 2010, permitindo que se façam testes intensivos em toda a sua extensão e respectivas derivações pelos países por onde o mesmo passa.

Os referidos testes terão a duração de dois meses, antes que o sistema entre em funcionamento comercial em Junho de 2010. A TDM, um dos accionistas no projecto, é a entidade responsável pela gestão do ponto de amarração de Maputo.

Chris Wood, Presidente da WIOCC – o maior accionista no EASSy – disse a-propósito que “o sistema de cabo EASSy permitirá aos clientes tirarem vantagem de uma ligação internacional, que é a mais económica ao longo da África Oriental, Central e Austral, fornecida através de uma rede segura, resistente e optimizada. Estamos a estabelecer parcerias que nos permitirão oferecer o pacote completo (“end-to-end) dos nossos serviços na região e para uma grande gama de destinos internacionais".

O Presidente da WIOCC acrescentou que "o EASSy não apenas promoverá o crescimento no uso da Internet por empresas e consumidores na região – actualmente constrangido pela falta de conectividade a preços acessíveis – mas suportará ainda outro tipo de demanda, tais como serviços de videoconferência, e-commerce e redes de negócios, através de uma combinação de saída optimizado e redundância da rede. Enquanto outros sistemas roteiam o tráfego através do Médio Oriente ou Índia, nós fá-lo-emos directamente para a Europa. O EASSy é também o único sistema que é realmente completo a ser lançado na África Oriental, o que nos torna únicos no nível de protecção que oferecemos para os casos de falhas de equipamento e cortes no cabo. Mais ainda, teremos a capacidade de usar as redes terrestres dos nossos accionistas para voltar a rotear o tráfego entre pontos de amarração, caso seja necessário".

BAIXAM CUSTOS DA INTERNET
Joaquim de Carvalho, PCA da TDM, afirmou que “apraz-me imenso o facto do lançamento do EASSy começar aqui em Moçambique", ajuntando que “o EASSy é um elemento crítico na estratégia da TDM para melhorar as comunicações e ampliar o acesso à informação em Moçambique e nos países vizinhos, desta forma enriquecendo vidas e promovendo o incremento dos negócios. A nossa participação no projecto irá permitir-nos reduzir o custo da Internet e das ligações internacionais, ao mesmo tempo que permitirá melhorar o desempenho e a qualidade das ligações internacionais. Isto vai-nos permitir assegurar que o povo moçambicano tenha disponível o conhecimento geral de forma mais alargada, incentivando, desta forma, os negócios na região a tirarem vantagem dos mercados globais. Prevejo que o sistema do EASSy venha a trazer enormes benefícios económicos e sociais.”

Uma vez lançado, o cabo EASSy terá uma capacidade de 1.4 Terabits por segundo (Tbps), tornando-o no maior sistema da costa oriental. Abrangerá 9 países africanos e providenciará ligação a países vizinhos do interland, tornando-o no mais ubíquo da região.

Providenciará ligação directamente para a Europa, tornando-o no sistema de menor latência para tráfego para os pontos de troca de Internet na Europa e América do Norte.

Em primeiro lugar, gostaria de aproveitar esta oportunidade para, em nome dos colaboradores e gestores da TDM, agradecer a vossa presença neste importante evento, que certamente vai marcar a história das telecomunicações no nosso país, e não só, pensamos nós, da história da região na área de telecomunicações.

Até muito recentemente, a costa oriental de África era a única parte do mundo que não dispunha de nenhum cabo submarino de fibra óptica. Consequentemente, o lançamento do cabo do Projecto EASSy, vem reforçar as opções ao dispor dos operadores e organizações desta parte do continente em termos de ligação internacional para o resto do mundo, em banda larga e através de um sistema de fibra óptica no que se refere ao escoamento de tráfego de voz, dados e Internet, a custos manifestamente acessíveis, comparativamente a um cenário dum passado não muito distante, em que a opção tecnológica mais comum e única era a de via satélite.

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