segunda-feira, 23 de novembro de 2009

HERANÇA HUMANISTA DA EUROPA ESTÁ NA AMÉRICA LATINA, diz sociólogo

Postado em 20 de novembro de 2009 por osvaldobertolino

“A melhor herança humanista da Europa está na América Latina”, destacou nesta quinta-feira o sociólogo francês Edgar Morin, ao participar de uma conferência sobre a situação das Américas ante a crise, durante a qual destacou a “vitalidade” do subcontinente.”

“A Europa é incapaz de um renascimento (…) O melhor de sua herança humanista, está lá, na América Latina (…) o que nos dá esperanças”, destacou Morin na abertura de um fórum de reflexão organizado na Sorbonne pelo Instituto das Américas.
Em sua opinião, “é na América Latina que o humanismo europeu recupera sua própria vitalidade”.

“Vejo isso nas favelas do Rio de Janeiro ou em Medellín. Vejo que são feitos esforços para devolver a dignidade aos excluídos e rejeitados pela sociedade”.
“Por isso falo de vitalidade. Não digo que seja um sucesso, mas vejo que há algo vivo e isso não se vê na França”, destacou o sociólogo.

Morin destacou o papel desempenhado na “volta da consciência” das populações indígenas e andinas, cujas culturas conseguiram “reconhecimento”, com a chegada ao poder do presidente boliviano, Evo Morales – um espisódio que qualificou de “feito histórico”.

Esse processo de “volta à Pacha Mama”, à Terra Mãe, faz parte de uma “concepção neobolivariana” que, em sua opinião, é mais representada pelo presidente brasileiro Luiz Inacio Lula da Silva; não pelo venezuelano Hugo Chávez.

Lula, que concluirá o mandato no final de 2010, poderá desempenhar com sucesso um papel internacional, segundo Morin, porque “não esqueceu nem perdeu as finalidades que o levaram a fazer carreira política”.

Quanto às relações da América Latina com os Estados Unidos, Morin considerou que “poderiam melhorar com a chegada de (Barack) Obama (à Casa Branca) e até Chávez” o previa, “mas a instalação das bases americanas na Colômbia criou novas condições de polarização”.

Considerou que a América Latina “resolve suas próprias crises” não apenas econômicas. “É uma crise múltipla, de futuro, da própria globalização, do desenvolvimento. Como sair? Como se muda de caminho na história? Começa-se com um pequeno desvio, como começou com Jesus e, mais tarde, com Marx, no século XIX; a partir daí, se estabelece uma rede, uma tendência, um movimento, cujo desenvolvimento marca um novo caminho”, exemplificou.

Nenhum comentário: