27 novembro 2009/Timorlorosaenacao
Lisboa, 26 novembro 2009 (Lusa) - A estratégia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) tem que passar pelo aproveitamento da integração regional de cada um dos oito estados-membros, disse à Agência Lusa o secretário-executivo da organização lusófona.
"Tem que ser esta a nossa estratégia: onde não estamos todos, aproveitar a presença de um, para levar aquilo que é preocupação de todos e dali tirar as vantagens comparativas que possam assistir aos nossos estados e povos", defendeu Domingos Simões Pereira.
"Reconhecemos que não temos continuidade geográfica. Temos, assim, uma espécie de ilhas distribuídas pelo mundo inteiro, e é fundamental que a CPLP reconheça nisso uma estratégia que tem que ser favorecida", acrescentou.
A reflexão de Pereira acontece em função da realização em Lisboa, entre os próximos dias 29 e 1º de Dezembro, da 19ª cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, na qual a CPLP participa pela primeira vez a convite da presidência portuguesa da organização lusófona.
Pereira justificou ainda a participação na cimeira com o que frisou ser o "acréscimo de importância e de atenção (que a CPLP tem) junto das organizações internacionais. Não só as de nível multilateral, mas também mesmo a nível de outros países".
Quanto às vantagens da associação da CPLP à reunião Ibero-americana, o secretário-executivo da CPLP destacou a participação de Portugal e Brasil nas duas organizações.
"Penso que a notoriedade e a própria visibilidade das organizações já não é muito pouco. Penso que é reconhecer a importância de Portugal e do Brasil dentro destas organizações e transformar esses elementos, que nos são comuns, em pontos de partida para o desenvolvimento de outras atividades", frisou.
"Nós partimos da língua portuguesa. Falamos muito em relação à coordenação político-diplomática e tem-se provado que tem melhorado os índices da nossa apresentação nos fóruns internacionais. Agora, se formos capazes de imaginar uma ação conjunta que envolva a Ibero-americana e a CPLP, com certeza de que teremos muito a ganhar", disse.
Outra área em que a parceria pode ter efeitos práticos é na da cooperação, até porque, como recordou Pereira, a CPLP aprovou recentemente o seu Plano de Cooperação Estratégica para a Saúde.
"Pensamos ser um documento orientador para outros domínios de intervenção conjunta se formos capazes de equacionar uma ligação à Ibero-Americana e penso que é muito claro o conjunto de vantagens que isso pode trazer", frisou.
Ele deu ainda como exemplo de, na última reunião conjunta dos países ibero-americanos na Argentina, a questão da segurança alimentar ter sido abordada.
"Estamos a acompanhar com muito interesse a disponibilidade de alguns estados em discutir conosco possibilidades de uma cooperação nesses domínios", concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário