Brasília, 20 novembro 2009 (Lusa) - Mais de 600 acadêmicos, professores e autoridades dos oito países lusófonos vão discutir até o dia 21, na capital brasileira, o futuro da língua portuguesa num congresso promovido pela Academia de Letras de Brasília.
"O objetivo do evento não é apenas discutir o acordo ortográfico, que já está sacramentado, mas a futuridade da língua portuguesa", disse à Agência Lusa o presidente da Academia de Letras de Brasília, José Carlos Gentili, antes da abertura do evento, na noite de quinta-feira.
Segundo Gentili, é importante questionar a capacitação dos docentes de língua portuguesa e preparar ações conjuntas para a promoção e difusão do idioma.
"Na Organização das Nações Unidas, o português é o único idioma que tem duas versões. Isso é um disparate. Precisamos de criar mecanismos para um procedimento único para grafar a língua portuguesa e promovê-la", defendeu.
Gentili lembrou que, ao contrário do Brasil, onde o acordo entrou em vigor a partir de janeiro deste ano, ainda há muitas resistências, sobretudo por parte da população portuguesa, de aderir às novas regras ortográficas.
"A língua não tem dono. É de seus usuários. Há 250 milhões de falantes da língua portuguesa no mundo, dos quais 200 milhões estão no Brasil, 17 milhões em Moçambique, 13 milhões em Angola e 10 milhões em Portugal, cuja população, portanto, é menor que a da cidade de São Paulo", citou o presidente da Academia de Letras de Brasília.
O Congresso da Língua Portuguesa em Brasília contará, entre outros estudiosos, com o presidente da Academia das Ciências de Lisboa, Adriano Moreira, e dos professores João Malaca Casteleiro e Evanildo Bechara, referências de Portugal e do Brasil, respectivamente, no campo ortográfico.
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