segunda-feira, 2 de novembro de 2009

PALOP/ESTABILIDADE E SEGURANÇA DESTACAM PAÍSES LUSÓFONOS DOS SEUS PARES AFRICANOS

Washington, Estados Unidos da América, 27 outubro 2009 – A estabilidade e segurança e o nível de participação cívica e respeito pelos direitos humanos distingue os países africanos de língua oficial portuguesa, principalmente Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, em relação aos seus pares do continente.

É nestes dois indicadores que o “bloco” lusófono obtém a melhor avaliação por parte de um amplo painel do mundo académico, político e económico que, com base nas mais recentes estatísticas disponíveis, elabora o “Índice de Governação Africana 2009”, recentemente divulgado pela Universidade de Harvard e a Fundação para a Paz Mundial (WPF, na sigla inglesa) e a que o Macauhub teve acesso.

Na lista geral do estudo, também conhecido como o “Índice Ibrahim” devido ao apoio que foi dado à sua criação (2007) pela Fundação Mo Ibrahim, é Cabo Verde o país lusófono mais bem colocado: 3º lugar entre 53 países, apenas atrás das ilhas Maurícias e Seichelles.

Mas também São Tomé e Príncipe consegue um lugar no “top 10”, logo atrás da África do Sul e à frente do Gabão e Marrocos.

Para a elaboração do índice são considerados cinco tópicos: “Estabilidade e Segurança”, “Lei, Transparência e Corrupção”, “Oportunidades Económicas Sustentáveis”, “Desenvolvimento Humano” e “Participação Cívica e Direitos Humanos”.

Moçambique surge já na segunda metade da tabela, na 31ª posição, à frente da Guiné-Bissau (36º) e Angola (46º).

No que diz respeito a Estabilidade e Segurança, Cabo Verde surge na primeira posição e também São Tomé e Príncipe surge no grupo de países com pontuação máxima (100).

Moçambique está logo abaixo do “top 10”, em 11º, a Guiné-Bissau queda-se pela 26ª posição e Angola pela 29ª.

São Tomé e Príncipe é batido apenas pelas ilhas Maurícias quanto à Participação Cívica e Direitos Humanos, ficando Cabo Verde na 4ª posição, a Guiné-Bissau na 15ª e Moçambique na 25ª.

Também em Lei, Transparência e Corrupção Cabo Verde está em primeiro lugar, mas neste caso bem mais distante do que os outros países lusófonos, sendo os melhores Moçambique (32º) e São Tomé e Príncipe (35º).

Angola destaca-se nas Oportunidades Económicas Sustentáveis, surgindo na 12ª posição, logo à frente São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, e bem à frente de Moçambique (24ª) e Guiné-Bissau (52º).

Este item é calculado a partir das estatísticas relativas à criação de riqueza (PIB per capita e crescimento do PIB per capita), estabilidade macroeconómica e integridade financeira (inflação, défice ou excedente orçamental em relação ao PIB, solidez das instituições financeiras, ambiente de negócios) e também as vias de comunicação (estradas, telecomunicações).

Cabo Verde merece o título de “grande reformador”, atribuído também às Maurícias, Seichelles e Botsuana, mesmo com a inclusão em 2009 de países do norte de África geralmente bem cotados, como a Tunísia.

Mas também Angola merece uma palavra de apreço dos responsáveis do estudo, pela prestação no longo prazo.

“Tendo em conta todos os anos cobertos pelo Índice, desde 2000, e comparando com o mais recente, o país que teve mais melhorias foi o Burundi, seguido do Ruanda e Angola. Cada um destes países pós-conflito alcançaram grandes melhorias em termos de segurança até 2007, apesar dos continuados desafios”, sublinha. (macauhub)

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