Os rendimentos obtidos da exploração do transporte ferroviário de passageiros e carga, não cobrem as despesas com a manutenção das infra-estruturas, razão por que as companhias operadoras da região consideram que os governos deviam comparticipar destes custos, à semelhança do que fazem com outras ferramentas de utilidade pública.
21 novembro 2009/Notícias
Segundo visão do Presidente da Associação das companhias ferroviárias da África Austral (SARA), a região precisa investir em bloco na manutenção dos sistemas ferroviários, de forma a garantir que os produtos transportados cheguem ao mercado a preços relativamente baixos e concorrenciais.
Entrevistado pelo “Notícias” num dos intervalos da 20ª reunião de directores da SARA realizada ontem em Maputo, M. Karakadzai recordou que um dos objectivos definidos pela Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) é fazer com que os produtos laborados na sub-região sejam competitivos na região e no mundo, para o que se considera necessário baixar os custos de produção através, por exemplo, da redução das despesas de transporte. Segundo a fonte, o transporte ferroviário é actualmente o mais barato devido sobretudo à economia de escala.
Segundo M. Karakadzai, a realidade no terreno mostra que nenhuma companhia ferroviária da região possui, por exemplo, locomotivas suficientes para atender à actual demanda de transporte tanto de mercadoria como de passageiros, razão por que, além da questão do desenvolvimento de infra-estruturas, a reunião de Maputo foi marcada pelo debate de aspectos relativos à partilha de recursos entre as companhias filiadas na SARA.
“De uma maneira geral o maior problema que temos enquanto companhias operadoras do transporte ferroviário tem a ver com as condições em que se encontram as infra-estruturas, que na sua maioria ficaram muitos anos sem beneficiar de manutenção. Ora, ultimamente elas estão a ser cada vez mais solicitadas devido ao incremento do comércio no mundo, o que significa que é necessário cada vez mais dinheiro para as manter...”, disse.
De acordo com o interlocutor, do mesmo modo que os governos da região intervêm nas despesas de manutenção de estradas e outras infra-estruturas de utilidade pública e mesmo admitindo que é crescente a pressão que se exerce sobre eles no sentido de atender a outras áreas de investimento social, os executivos deviam considerar a possibilidade de orientar recursos para a manutenção das infra-estruturas ferroviárias, mesmo porque, segundo afirmou, “o futuro está no transporte ferroviário”.
Outros temas abordados na reunião são a disponibilidade de material circulante, recursos humanos, a harmonização das políticas, procedimentos e filosofias, segurança e meio ambientem, serviço de passageiros e melhoramento da eficiência operacional através da redução dos custos do negócio.
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