quarta-feira, 8 de julho de 2009

ONU reitera que não reconhece o atual governo de Honduras

Mylena Fiori

6 julho 2009/Agência Brasil http://www.agenciabrasil.gov.br

Brasília - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, reiterou nesta segunda-feira que a instituição não reconhece o governo de Roberto Micheletti, que assumiu o poder em Honduras após a deposição do presidente Manuel Zelaya. “Nenhuma mudança inconstitucional de governo é aceitável”, disse o secretário-geral na sede da ONU, em Genebra, segundo informações da Agência Bolivariana de Notícias (ABN).
Ban Ki-moon voltou a defender o retorno de Zelaya ao cargo, lembrando que o presidente foi eleito democraticamente. O líder deposto foi eleito em pleito no final de 2005 para um mandato até 27 de janeiro de 2010. “O princípio fundamental da democracia é que quando uma pessoa é eleita em um processo constitucional, sua autoridade e seu mandato como líder de um país devem ser protegidos”, afirmou o secretário-geral.
O secretário-geral da ONU também condenou a repressão às manifestações populares em Honduras. “Deveria permitir-se aos cidadãos expressar suas opiniões sem serem ameaçados”, frisou. Na última quarta-feira (1º), o Congresso de Honduras aprovou um decreto proibindo a livre associação de pessoas e autorizando as forças de segurança do país a prender pessoas em casa, sem mandado.
A ONU já havia se manifestado contra a situação em Honduras na semana passada. Por aclamação, os 192 países membros do organismo aprovaram uma resolução condenando o golpe de Estado e pedindo a “imediata e incondicional” restauração do governo de Zelaya.
Apesar do posicionamento, Ban Ki-moon deixou claro que cabe à Organização dos Estados Americanos (OEA) coordenar as ações para a restauração da institucionalidade democrática em Honduras. “Espero que a OEA assuma, neste momento, a liderança necessária para encontrar uma solução pacífica, por meio da qual se possa restaurar a ordem institucional”, disse, em Genebra.
Ontem (5), após tentativas de diálogo com o governo de fato de Honduras, a OEA suspendeu o país do exercício de seu direito de participação na instituição.

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