2 dezembro 2014, Pagina Global http://paginaglobal.blogspot.pt (Portugal)
Martinho Júnior,
Luanda
Foto: Visão da
sala onde decorreu o acto comemorativo solene do 58º aniversário das Forças
Armadas Revolucionárias de Cuba, no Museu Militar situado na Fortaleza de São
Miguel em Luanda - 2 de dezembro de 2014.
1 – A 2 de Janeiro de 2015 completar-se-ão 50 anos desde o encontro
em Brazzaville do Che com a direcção do MPLA sob chefia do Presidente do MPLA
que viria a ser o fundador da nação, o dr. António Agostinho Neto.
Nessa altura deu-se início à saga comum de 50 anos de luta que
reuniu os revolucionários cubanos, os internacionalistas e os membros do
movimento de libertação em África, uma saga que permitiu o fim do colonialismo,
a independência das que foram colónias portuguesas, o fim do “apartheid”, a
independência da Namíbia e do Zimbabwe, a instauração da democracia
representativa na África do Sul e em toda a África Austral, assim como o início
do imenso resgate que há a realizar em prol do desenvolvimento sustentável que
começa já a abranger todo o povo angolano e os povos da parte austral do
continente africano.
2 – Lembro esse encontro um mês antes do marco de sua memória
histórica, a 2 de Dezembro de 2014, pois hoje as Forças Armadas Revolucionárias
de Cuba perfazem 58 anos, quer dizer: as FAR ainda não tinham uma década de
existência quando ele ocorreu e a experiência internacionalista em África, em
teatros tão distintos como a Argélia, a Guiné Bissau, a Etiópia, os Congos ou
Angola, ao longo deste meio século, traduziu-se em muitas vitórias que
contribuíram para tornar o mundo melhor, mais justo, mais digno sobretudo para
os povos e as nações de África!
A Embaixada de Cuba realizou em Luanda, no Museu Militar sito à
Fortaleza de São Miguel, uma celebração que é, pelo seu significado, também
extensiva às Forças Armadas Angolanas, enquanto emanação duma trajectória cujo
rumo de libertação beneficia hoje da paz, da possibilidade do aprofundamento da
democracia e da possibilidade de trazer benefícios para o povo angolano, que
nunca antes deles alguma vez beneficiou!
3 – Nada do que foi realizado de há 50 anos a esta parte foi
desconexo, ou desgarrado: nesses 50 anos houve um sentido para a luta, com as
etapas a serem sucessivamente vencidas, por vezes penosamente vencidas, mas
pôde-se traçar a lógica com sentido de vida que nos conduziu às actuais
políticas de Reconstrução Nacional, de Reconciliação e de Reinserção Social,
numa Angola independente e soberana e nos anima nas melhores expectativas em
relação ao futuro!
Em momento algum Cuba Revolucionária e as suas FAR se alhearam
desse processo de libertação e dignidade, mesmo depois do Acordo de Nova York!
Efectivamente Cuba transferiu os seus esforços de participação na
saga comum em reforço da educação e da saúde, assim como em outros sectores,
como o da construção.
O que antes foi feito de armas na mão, permitiu alcançar a paz e
garantiu o início do imenso resgate em benefício de todo o povo angolano,
resgate esse de que Cuba é parte integrante ao unir os seus esforços aos dos
angolanos.
O protagonismo comum, desde as mais difíceis trincheiras, é um
exemplo de coerência para o Não Alinhamento activo, que honra o
internacionalismo da Revolução Cubana e o Movimento de Libertação em África!!!
É também um exemplo para aqueles que procuram a paz digna que todos
os povos merecem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário