28 outubro 2010/Rádio Moçambique e Agência de Informação de Moçambique
O Presidente Armando Guebuza instou hoje aos dirigentes nacionais, a todos os níveis, para que se assumam não apenas como chefes ou gestores mas também como líderes no entrosamento da luta contra a pobreza no campo e zonas urbanas.
O estadista moçambicano falava na abertura da Sexta Reunião Nacional dos Governos Locais, um evento de quatro dias que decorre sob o lema “Descentralização: Promovendo a Cidadania, a Boa Governação e a Luta contra a Pobreza”.
O evento, que se realiza na cidade da Beira, capital da província central de Sofala, conta com a participação de todos governadores das 11 províncias moçambicanas e de 128 administradores de igual número de distritos existentes no país.
Para melhor elucidar a sua audiência, Guebuza explicou as diferenças existentes entre a “Chefia e Liderança”.
Segundo Guebuza, o chefe preocupa-se com a gestão das rotinas, práticas e procedimentos. Também garante a ordem, a planificação, a monitoria e cumprimento do plano com base nos recursos identificados.
Em suma, o processo de gestão lida com o conhecido, o previsível, evitando palmilhar caminhos desconhecidos, afastando-se dos riscos e falhas que daí possam advir.
Por outro lado, explicou Guebuza, “o líder formula uma visão, cultiva a auto-estima e incute a auto-confiança nos seus quadros para aderirem ao seu projecto e visão para juntos vencerem os obstáculos. Por isso, o líder vê para além das rotinas e dos sistemas de procedimentos existentes”.
Numa clara alusão a actual crise financeira que abala o mundo, e cujos efeitos se fazem sentir em Moçambique, Guebuza disse que esta luta impele-nos à procura soluções para além dos (parcos) recursos nas linhas orçamentais.
Para esta reunião, segundo Guebuza, os participantes trazem consigo experiências de sucesso como chefes e como lideres na abordagem da pobreza, nas suas diferentes manifestações e que deverão partilhar com os presentes.
“Trazem muitos saberes de como estão a vencer os desafios que vos são impostos pela descentralização e pela premente necessidade de promover a cidadania, a boa governação a nível local, bem como pela produção de mais alimentos e geração de mais postos de trabalho”, disse.
“Terão aqui uma oportunidade de confrontar os conhecimentos teóricos e as lições práticas do quotidiano para a mobilização e o enquadramento do nosso povo para vencer, tanto no campo como nas cidades e vilas, a pobreza que ainda grassa a nossa pátria amada”, acrescentou.
Falando minutos antes da intervenção de Guebuza, a Ministra da Administração Estatal e organizadora do evento, Carmelita Namachilua, disse que um dos temas dominantes do encontro será o actual processo de descentralização actualmente em curso no país, sobretudo na componente de desconcentração, os avanços registados nesse sentido e os desafios para o futuro.
Para a presente reunião, segundo a Ministra foram seleccionados para discussão um total de 29 temas, sendo de destacar o grau de cumprimento das decisões da reunião nacional dos administradores de Vilanculos, Fundo Distrital de Desenvolvimento, estratégia da implementação da Revolução Verde em Moçambique, mudanças climáticas e calamidades naturais, entre outros.
Refira-se que a presente reunião tem particularidade de incluir como convidados todos os antigos Ministros da Administração Estatal.
Falando a imprensa a margem do evento, Oscar Monteiro, antigo Ministro do aludido pelouro, manifestou a sua satisfação com o convite que lhe foi endereçado, bem como aos seus demais colegas.
Para Monteiro, é importante que os antigos ministros sejam chamados para participar quando se trata de discutir questões de fundo e não de gestão imediata de um sector onde trabalharam.
“O país investiu nessas pessoas. Por exemplo, eu estive nessa função. Aprendi muito pelo facto de ter exercido essa função, e esses conhecimentos têm que ser reproduzidos, têm que ser devolvidos”.
Segundo Monteiro, existe a necessidade de o país capitalizar em conhecimentos e capacidades os antigos ministros, sobretudo nesta fase em que países do mundo inteiro atravessam dificuldades.
“Esta é uma fase em que se tem que tirar mais rendimentos. E’ preciso usar todos os conhecimentos que o país tem. Isto e’ um bom exemplo que deveria ser usado noutros sectores. As pessoas que exerceram essas funções tiveram a ocasião de assistir reuniões, fazer visitas de estudo, lidar com dirigentes, portanto formaram-se e aprenderam. Portanto, e’ importante que isso seja aproveitado”, rematou. (RM/AIM)
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