21 outubro 2010/Rádio Moçambique (RM)
Moçambique ocupa a Vigésima Segunda posição no índice que mede a paridade de género, designado por “Global Gender Gap Report 2010”, que no presente ano avalia um total de 134 países do mundo.
Na edição 2010, o país superou países como a Austrália, Cuba, Luxemburgo, Argentina, Portugal, Rússia, Franca, China, Itália, Japão entre outros.
No presente edição, os países nórdicos como a Islândia, classificado na posição cimeira, Noruega (2) Finlândia (3) e Suécia (4) continuam a demonstrar uma maior igualdade entre homens e mulheres, segundo o Global Gender Gap Report 2010, documento publicado pelo Fórum Económico Mundial na semana passada.
De um total de quatro indicadores (saúde, educação, oportunidades económicas e empoderamento político) a Africa Sub-sahariana revela um bom desempenho nos indicadores sobre oportunidades e participação económica da mulher, tendo-se colocado acima das regiões da América Latina, Caraíbas, Ásia, Pacífico e Médio Oriente, bem como da Africa do Norte.
De facto, seis dos 10 dos países do mundo inteiro que registaram um bom desempenho no indicador sobre a equidade do género na força laboral pertencem a região da Africa-Subsahariana.
Contudo, Africa Sub-sahariana contínua a revelar uma grande debilidade nos restantes dois indicadores, ou seja saúde e educação.
Por isso, a fraca presença da mulher e da rapariga nos estabelecimentos de ensino e os baixos índices de expectativa de vida continuam a constituir um dos maiores desafios da Africa Sub-sahariana.
No caso concreto de Moçambique, o país revela um bom desempenho no indicador sobre as oportunidades e participação económica da mulher e empoderamento político da mulher.
Com relação ao empoderamento da mulher, contribuiu para a boa classificação de Moçambique a subida registada no número de mulheres no parlamento que deu um salto de 35 para 39 por cento.
Assim, Moçambique assume a 5/a posição na classificação global referente as oportunidades e participação económica da mulher e a 11/a posição no que concerne ao empoderamento político.
Porém, mesmo assim, o desempenho de Moçambique é assinalável, pois revela uma subida no “ranking” referente a educação, tendo conquistando quatro lugares no índice de mulheres com acesso ao ensino secundário, que subiu de dois para seis por cento.
Em termos de empoderamento político Moçambique está posicionado acima de vários países mais desenvolvidos tais como a Suiça, Alemanha, Grã-bretanha, Portugal entre outros.
Nas áreas da saúde e educação, Moçambique assume a 110/a e 123/a posição respectivamente.
No grupo dos países de baixa renda do mundo inteiro, que integra 21 Estados, Moçambique assume a primeira posição no ranking que engloba os quatro indicadores, seguido do Uganda, Tanzânia, Bangladesh, Tajiquistão, Cambodja e Nepal.
O desempenho de Moçambique é também notável no que tange a participação da mulher na força de trabalho nessa mesma classificação global.
No ranking geral, o Lesoto, que assume a 8/a posição, voltou a assumir a primeira posição em Africa que havia perdido no ano passado, sendo o único país africano que não regista nenhuma discrepância entre homens e mulheres nas áreas de saúde e acesso a educação.
O Lesoto é seguido pela Africa do Sul (12), sendo os únicos países africanos que se encontram colocados no grupo dos primeiros 20 países do mundo na classificação global que registam uma maior igualdade de género.
Apesar de a Africa do Sul manter a primeira posição na Africa Sub-sahariana em termos de empoderamento politico da mulher, a percentagem de mulheres com cargos ministeriais caiu de 45 por cento para 34 no presente ano.
O Botswana (62) caiu 23 lugares no ranking de 2010, que teve como principais causas uma deterioração na disparidade nas oportunidades e participação económica da mulher.
A Tanzânia assume a 66/a posição e o Malawi (68), Madagáscar (80) posição, seguido por Angola (81).
O Zimbabwe (92) conquistou três posições comparativamente ao ano passado, mas continua manter a ultima posição com relação ao indicador da saúde.
As Maurícias assumem a 95/a posição, e a Zâmbia (106).
Os EUA, que ocupam a 19/a posição melhoraram a sua classificação, tendo subido 12 lugares e estão no grupo dos primeiros 20 classificados, pela primeira vez desde que este índice foi lançado em 2006.
Esta subida reflecte o número crescente de mulheres assumindo posições de liderança na actual administração e a redução das discrepâncias salariais entre homens e mulheres.
O Paquistão, Chade e Iémen assumem as últimas três posições respectivamente.
Comentando a classificação, a embaixadora Americana para Assuntos Globais da Mulher, Melanne Verveer, disse que “o Gender Gap Report do Fórum Económico Mundial mostra uma forte correlação entre a equidade de género a prosperidade económica e competitividade de um determinado pais”.
“O mesmo deveria ser uma referência indispensável para quem queira avanços económicos e sociais, e progresso político no mundo inteiro, ou entender porque razão uns países progridem e outros não. Para mim o valor do Gender Gap Report e’ inestimável”, rematou Verveer.
O Global Gender Gap Report 2010, publicado pelo Fórum Económico Mundial é resultado de uma colaboração com as Universidades de Havard e Califórnia, ambas nos EUA. (RM/AIM)
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Moçambique/Apesar da crise internacional: economia moçambicana cresceu 9,5 por cento no primeiro trimestre de 2010
21 outubro 2010/Rádio Moçambique (RM)
A economia moçambicana, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), cresceu no primeiro trimestre deste ano, em 9,5 por cento, não obstante a crise económica mundial.
O Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, que revelou o facto hoje no parlamento moçambicano, indicou que a produção global, já referente ao primeiro semestre deste ano, se situou em 7,4 por cento, uma cifra acima da meta prevista para o presente ano, que é da ordem dos 6,2 pontos percentuais.
Cuereneia reiterou que a manutenção do crescimento económico regista-se mesmo no contexto das crises e é impulsionado pelos sectores dos serviços e infra-estruturas.
Quanto a inflação media, medida pelo índice de preço ao consumidor da cidade de Maputo, o Ministro disse que o mesmo se situou em 5,7 por cento.
Para Cuereneia, este nível de inflação foi influenciada em parte pela actualização dos preços de alguns produtos, pelo fortalecimento do Rand, a moeda sul africana, como resultado da fortificação da cotação do Ouro e do efeito positivo dos ganhos com a realização da copa do mundo naquele país.
O agravamento do preço do petróleo no mercado internacional, entre Janeiro e Junho, em cerca de 57 por cento, também foi referenciado pelo Ministro Cuereneia como tendo contribuído para o nível de inflação em questão.
Relativamente às exportações de bens, o Governo diz que as mesmas atingiram cerca de 1.010 milhões de dólares norte-americanos, durante o primeiro Semestre, contra 910 milhões de dólares no período homólogo anterior.
O Ministro da Planificação e Desenvolvimento indicou ainda que o país registou, igualmente, um saldo de reservas internacionais líquidas de 1.742 milhões de dólares, cobrindo cerca de cinco meses de bens e serviços não factoriais.
Este valor situa-se acima dos três meses de cobertura previstos pelo Programa de Convergência Macroeconómica da SADC.
Durante o primeiro semestre deste ano foram ainda aprovados 93 novos projectos de investimento, totalizando cerca de 466 milhões de dólares e susceptíveis de criar cerca de oito mil empregos. (RM/AIM)
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