quarta-feira, 9 de junho de 2010

ONU APROVA SANÇÕES AO IRÃ. BRASIL E TURQUIA DIZEM NÃO

9 junho 2010/Tijolaço http://www.tijolaco.com

Acaba de sair a notícia de que o Conselho de Segurança da ONU aprovou novas sanções contra o Irã, com 12 votos favoráveis e dois contrários, o do Brasil e o da Turquia. O Líbano, que se opõe às sanções mas ocupa a presidência (rotativa) do Conselho, se absteve.

Era um resultado esperado. Rússia e China fizeram os EUA diminuirem o peso das sanções, mantendo, pragmaticamente, seus negócios com aquele país. Mas evitaram explicitar o confronto que mantém com os Estados Unidos em matéria de influência externa. Afinal, estão na “primeira divisão” do Mundo, com direito a veto a qualquer decisão da ONU. E a ambos também não interessa muito um vizinho mais desenvolvido, inclusive em termos de tecnologia.

Eu quero cumprimentar a postura do nosso Itamaraty. Foram muitas as pressões para que o Brasil se abstivesse, como forma de não criar “mal-estar” maior com as grandes potências. O Brasil e a Turquia conservaram estatura moral para continuarem a ser aceitos como interlocutores por teerã.

Seria uma desmoralização impensável que Brasil e Turquia, que apresentaram uma proposta efetiva para encontrar-se o caminho da paz, aceitassem uma dança hipócrita em torno de sanções que não resolvem coisa alguma e servem apenas para mostrar “quem manda aqui” e se abstivessem.

Não sou eu quem diz que estas sanções não ajudam, senão, a agravar a crise. Quem o diz é o próprio premier russo, e homem-forte do governo daquele país. Embora tenha votado pela sanção, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, afirmou que a punição contra o Irã é ineficaz. “Você conhece um único exemplo de sanções eficazes? Em seu conjunto, são ineficazes”, declarou Putin.

As grandes potências – e seus aliados “de confiança” – não querem um mundo livre de armas atômicas. Querem, apenas, que ninguém, além deles, as possua. Olhe o mapa, publicado pelo UOL, que ilustra este post. Procure o Irã. Não está lá. Mas é quem vai pagar o pato atômico.


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ONU aprova sanções contra o Irã e inviabiliza saída pela paz

9 junho 2010/Vermelho http://www.vermelho.org.br

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta quarta-feira (9) uma nova resolução — a quarta — que impõe sanções ao Irã por conta de seu programa nuclear. Dos 15 membros do órgão, 12 votaram a favor das medidas — incluindo todos os membros permanentes — Rússia, China, EUA, França e Reino Unido. Já Brasil, Turquia e Líbano deram pareceres contrários.

A decisão seguiu à risca o posicionamento autoritário dos Estados Unidos e praticamente tornou inviável uma saída pacífica ao impasse. Susan Rice, representante americana no Conselho de Segurança, tentou minimizar a força das pressões de seu país para impor as sanções. “Foi o Conselho que assumiu suas responsabilidades. Agora o Irã deve escolher um caminho mais sábio.”

A nova resolução prevê restrições à Guarda Revolucionária e ao sistema de mísseis do Irã, além do congelamento de investimentos ligados ao enriquecimento de urânio. Todos os carregamentos de exportação com o Irã como destino também serão submetidos a uma fiscalização mais rigorosa.

A embaixadora brasileira, Maria Luiza Ribeiro Viotti, alertou aos outros membros do Conselho que não faz sentido “ver as sanções como um meio efetivo” no caso do Irã. Turquia e Brasil afiançavam que o acordo de troca nuclear que eles obtiveram no Irã, no mês passado, tornou desnecessárias futuras sanções.

As sanções eram pedidas por potências nucleares alegando, contraditoriamente, o temor de que o Irã enriqueça urânio para produzir armas atômicas. As acusações, nunca comprovadas, são rechaçadas pelo Irã, que diz manter seu programa nuclear apenas para fins civis.

A ofensiva da ONU tende a não surtir o efeito planejado e, em vez disso, acirrar a animosidade entre o Irã e o Ocidente. Nesta quarta-feira (9), o embaixador iraniano na ONU, Mohammad Khazaei, afirmou que as sanções deixam o Irã “sem outra alternativa, a não ser a confrontação” com países do órgão. O diplomata acusou, ainda, os Estados Unidos, o Reino Unido e a França de “falta de honestidade”.

“Tais ações precipitadas desviam o caminho do diálogo de sua rota natural e indicam que o outro lado escolheu o caminho da confrontação. Assim, Teerã não tem outra alternativa, a não ser escolher uma forma apropriada de enfrentar o segundo caminho", disse Khazaei. (Da Redação, com agências)

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