quarta-feira, 9 de junho de 2010

Portugal/“REVISÃO INACEITÁVEL DA HISTÓRIA”

8 junho 2010/Esquerda.Net http://www.esquerda.net

Deputado bloquista critica comemoração da República em Aveiro que envolve desfile de crianças envergando a farda da extinta Mocidade Portuguesa e fazendo a saudação fascista.

O deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, criticou a evocação da Mocidade Portuguesa numa cerimónia comemorativa do Centenário da República, prevista para ocorrer em Aveiro, considerando-a “uma revisão inaceitável da História”.

O evento está previsto para esta quarta-feira em praças e ruas de Aveiro, e faz parte das comemorações do centenário da República em Portugal. Mais de 1200 crianças de quatro jardins-de-infância e cinco escolas do 1.º ciclo do município participam. Entre os grupos que representam instituições ou personalidades da República, algumas dezenas de crianças irão marchar com a farda da extinta Mocidade Portuguesa, organização de enquadramento da juventude que existia no regime fascista.

Segundo o Diário de Aveiro, Alcina Moura, professora e coordenadora do projecto de comemoração da efeméride argumenta que apenas um pai se manifestou contra a participação da filha com aquela idumentária (que inclui um cinto com a fivela em forma de “S”, de Salazar), mas afirma que foi um caso isolado entre os alunos e alunas de três turmas do quarto ano da escola do 1º ciclo das Barrocas escolhidas para tomar parte na parada envergando réplicas de fardas, a entoar o hino da Mocidade e de mão esticada (saudação fascista).

“Como se percebe pelas palavras do próprio director do agrupamento, o que está em causa, e cito, é um belo momento de revisão da História. Vão fazer um momento de apresentação de revisão da História portuguesa aos aveirenses e isso é algo que nos choca”, afirmou o deputado bloquista.

Soares recordou que naquele distrito “existiram muitas pessoas que lutaram contra o fascismo e contra o Estado Novo, algumas delas foram presas, outras torturadas”.

Para Pedro Filipe Soares, este processo de revisão, feito por aqueles que são acríticos da História, “é um processo completamente inaceitável”.

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