quarta-feira, 30 de junho de 2010

Moçambique/No grande desafio da educação e parceiros: Alfabetização massiva inscreve 1 milhão/ano

Moçambique está em condições de reduzir a taxa nacional de analfabetismo para 30 porcento até 2015, de acordo com o preconizado nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, segundo convicção manifestada esta segunda-feira, na capital do país, pelo director nacional de Alfabetização e Educação de Adultos no Ministério da Educação. Num dos exercícios visando o alcance de tal meta, Ernesto Muianga diz que o seu pelouro está a receber colaboração de parceiros nacionais e estrangeiros para pôr em marcha um pacote de programas que no seu conjunto deverão conduzir à alfabetização de um milhão de pessoas por ano.

30 junho 2010/Notícias

Num contacto mantido com a nossa Reportagem, Ernesto Muianga explicou que o pacote inclui programas como “Alfa Rádio”, iniciado em 2005 em fase piloto na província de Nampula, que actualmente está a ser introduzido a nível da província do Maputo. Trata-se de um programa radiofónico de 30 minutos a que os alunos, em número que varia de 30 a 35, atendem em centros de escuta previamente preparados e posteriormente complementados com uma intervenção presencial de um orientador treinado para o efeito.

Outro programa integrado no pacote é o “Família Sem Analfabetismo”, no qual estudantes de escolas primárias completas são envolvidos em iniciativas de alfabetização de seus familiares com acompanhamento das respectivas escolas. Segundo Ernesto Muianga, este programa é particularmente interessante por propiciar, além de uma aprendizagem extracurricular ao aluno-alfabetizador, um ambiente de aprendizagem familiar aos alfabetizandos. Este programa começou a ser implementado na província de Nampula, tendo já passado por Sofala, antes de ser introduzido em Maputo.

“Também temos o programa “Reflexo”, que usa uma metodologia que parte de um diagnóstico que se faz aos problemas enfrentados nas comunidades, a partir do que se parte para a abordagem de outros conteúdos ligados à leitura e escrita. O programa “Alfa Regular” é feito nos moldes tradicionais que envolvem a presença de um alfabetizador, de uma turma de alfabetizandos e um livro de alfabetização que guia o processo em termos de metodologia e conteúdos”, explica Ernesto Muianga.

Outro programa integrado no pacote é o “Alfarite”, desenvolvido a partir de uma acção de cooperação entre o Conselho Cristão de Moçambique e a Alfarite Internacional, dos Estados Unidos da América, o qual está a ser implementado ao abrigo de um memorando rubricado entre o CCM e o Ministério da Educação.

Outros parceiros envolvidos no desenvolvimento de acções de alfabetização, segundo Muianga, são a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Comunidade das Testemunhas de Jeová, a organização não-governamental Progresso, baseada na província do Niassa, a UNESCO e a República da Islândia, esta última que introduziu o conceito de alfabetização e geração de rendimentos, que está a motivar a participação de muitas pessoas nas áreas onde vem sendo implementado.

Alguns deste programas, de acordo com o nosso interlocutor, têm o mérito de serem desenvolvidos em línguas nacionais, facto que facilita a aprendizagem e torna os processos mais inclusivos e interactivos devido à facilidade de comunicação entre os envolvidos no processo.

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