9 junho 2010/Tijolaço http://www.tijolaco.com
Por indicação de um leitor, tomei conhecimento do texto publicado no JB por Mauro Santayana, que reproduzo, estarrecido, para vocês. Leiam, e eu comento a seguir:
Tendo assumido o controle da Coelba, a companhia baiana de eletricidade, durante o governo FHC, a empresa espanhola Iberdrola está oferecendo aos desempregados da província de Castellon, na Espanha, contratos para a execução do programa Luz para Todos, no interior da Bahia. É nisso que deu a “privatização”: se o ministro Lupi nisso concordar, teremos o dinheiro público usado para combater o desemprego na Espanha. Se não há eletricistas no mercado, bastam dois meses para formá-los, como sabem os técnicos do setor.
Seria um contrassenso oferecer emprego aos espanhóis, quando brasileiros são ali tratados pela polícia como facínoras, os homens; e como prostitutas, as nossas filhas, esposas, namoradas e irmãs. Um país que se respeita exige que seus cidadãos sejam respeitados. Não podemos tratar os espanhóis com a mesma violência e desprezo, mas nem por isso devemos oferecer-lhes trabalho que falta aos brasileiros.
Confesso que, embora crível porque vem de um dos mais respeitados jornalistas brasileiros, a informação parecia ser exagerada. Não é. Olhem a notícia que reproduzo ao lado do jornal Las Províncias.
Não tenho e abomino qualquer tipo de xenofobia. Venho de uma família de imigrantes, e creio que é provável que o próprio Santayana, pelo sobrenome, deva ter ascendência espanhola. Fizeram um dos grandes fluxos migratórios para cá se integraram perfeitamente à vida brasileira. Mas não estamos falando de pessoas que juntam seus coisas e vêm para cá espontaneamente. Estamos diante de um processo empresarial, onde há um recrutamento deliberado de mão de obra, que envolverá passagens, acomodação e que, pior, é um programa de emprego rotativo, onde não virão as famílias, mas apenas os trabalhadores para “temporadas” aqui.
São eletricistas de média e alta tensão, setores onde dizem que não há mão de obra qualificada aqui. Então, porque não importam instrutores, capazes de, em pouco tempo, formarem levas enormes de trabalhadores qualificados. Sairia mais barato que deslocá-los às centenas, não é? Não fazem porque, como o próprio jornal espanhol diz, a “destruição do emprego” por lá ronda a casa de 20%.
Atenção, como diz o Santayana, Ministro Carlos Lupi. Estão querendo fazer o programa “Luz para todos, pero empleo para nosotros”.
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50 RESPOSTAS PARA “AH, QUER DIZER QUE EMIGRAR PRA CÁ, VALE?”
1. Dias Melhores — 9 de junho de 2010 @ 7:35
Obrigado deputado pela atenção, mas agora precisamos nos mover e impedir que o fato seja consumado.
Aproveito para informar que, existem sim, instrutores em número suficiente na Bahia e caso contrário se poderia buscar profissionais em outros estados.
2. Maria Helena Correa — 9 de junho de 2010 @ 7:44
Vamos fazer um abaixo assinado ao Ministro Lupi? O governo já possui uma estrutura de treinamento (porta de saída do Bolsa Familia), além do sistema S que é subvencionado por todos nós. E hoje em dia a Espanha já tem lucros imensos na telefonia no Brasil. Além de exportar capitais, cujos rendimentos seguram seus balanços, vai querer exportar trabalhadores?
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