O presidente da república, Armando Guebuza, disse que a morte dos moçambicanos que ficaram Mártires em Mueda, Cabo Delgado, não ocorreu em vão, pois, o sangue por eles derramado, regou o patriotismo e criou as condições para que pudessem estar mais determinados a lutar pela sua independência.
17 junho de 2010/Notícias
O estadista referia-se às cerca de 600 pessoas que sucumbiram brutalmente massacradas pelas autoridades coloniais portuguesas quando há 50 anos exigiam, de forma pacífica, a liberdade. Foi um discurso que era dirigido directamente a cerca de 50 mil pessoas, entre altos dignatários do Estado, representantes da sociedade civil e populares oriundos de diversos pontos do país.
Numa homenagem que aconteceu sob o signo da unidade dos moçambicanos, o Presidente disse em seguida, referindo-se aos mártires, que foi compreendendo que isolados e separados não poderiam se libertar da dominação colonial e que a independência não seria alcançada por via pacífica que decidiram unir-se e avançar para a luta armada.
Guebuza afirmou que Mueda guarda gloriosos capítulos da liberdade dos moçambicanos. O sangue derramado pelos mártires, irrigou aldeias vizinhas e todo o povo moçambicano para realizar o desejo da independência.
O Chefe do Estado moçambicano afiançou que as autoridades coloniais portuguesas não estavam preparadas para uma manifestação e revolta daquela qualidade; não esperavam que depois de cinco séculos os moçambicanos ousassem exigir a sua independência. E foi assim que apavorados tiveram como resposta a violência brutal que se traduziu no massacre de Mueda.
Com efeito, foi a 16 de Junho de 1960 que as autoridades coloniais portuguesas responderam de forma violenta, a todos os níveis condenável, ao desejo dos moçambicanos de serem livres.
Entre os líderes da revolta de Mueda figuravam os nacionalistas “macondes” Faustino Vanomba e Matias Shibilite.
O Presidente da República disse que a homenagem àqueles mártires era uma reafirmação de que o seu sacrifício não foi em vão e jamais será esquecido.
“Mueda ensinou-nos o valor da unidade nacional, como força inquebrantável do povo realizar o seu sonho”, disse.
Hoje, segundo o Chefe do Estado, os moçambicanos erguem-se, de novo, para enfrentar o seu maior inimigo, que é a pobreza. Sublinhou que a luta contra a pobreza depende da unidade dos moçambicanos, da sua perseverança e convicção profunda de que embora forte e cruel a pobreza é um inimigo com fragilidades e por isso será vencida.
Para além do comício popular, as cerimónias centrais da comemoração do 50 anos do Massacre de Mueda consistiram na deposição de coroa de flores no memorial erguido em homenagem aos Mártires, inauguração do Centro de Interpretação do Local Histórico, visita à exposição temática sobre o massacre e a apresentação do drama do acontecimento. (Felisberto Arnaca)
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