Maputo, Moçambique, 21 junho 2010 – A distribuição de energia e a indústria do cimento são os novos focos de investimento em Moçambique para as empresas brasileiras, que têm vindo a ganhar importantes posições nos recursos minerais, agricultura e construção civil.
Os ministros da Energia de Moçambique e Brasil concretizaram na semana passada um acordo de cooperação que prevê que a brasileira Eletrobras realize o estudo para a construção de uma linha de transmissão de alta tensão de 1400 quilómetros ligando a província de Tete a Maputo.
O custo total do projecto da linha Centro-Sul, conhecida em Moçambique por "espinha dorsal", está estimado em 1,4 mil milhões de dólares.
O estudo irá também procurar formas de preparar a infra-estrutura de transmissão de energia na região central de Moçambique para futuros aproveitamentos hidroeléctricos no país, particularmente os do vale do rio Zambeze.
De acordo com a imprensa brasileira, o estudo deverá ficar concluído até ao primeiro trimestre de 2011.
Também na semana passada, a brasileira Camargo Corrêa Cimentos adquiriu 51 por cento da Cimentos de Nacala (Cinac), do grupo moçambicano Insitec.
A unidade, na cidade portuária de Nacala, província de Nampula, tem uma capacidade instalada para produzir 350 mil toneladas de cimento por ano.
Em Fevereiro passado, a Camargo Corrêa Cimentos comprou uma participação da cimenteira portuguesa Cimpor, que detém atualmente a maior cimenteira de Moçambique, pelo que passam a estar em concorrência directa.
O reforço da presença brasileira tem sido também visível ao nível de empresas de menor dimensão.
Após a primeira missão empresarial do Brasil a Moçambique, em 2009, a maior parte das empresas participantes entrou no mercado, com destaque para os sectores do petróleo e gás, rochas ornamentais, astronomia, confecção de roupas, ferragens e construção civil.
Uma segunda missão terá lugar durante a edição deste ano da Feira Internacional de Maputo (Facim), a decorrer de 30 de Agosto a 6 de Setembro.
Ainda este mês, o Sebrae e o Centro Internacional de Negócios (CIN) pretendem realizar um encontro sobre oportunidades de negócios em Moçambique na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), na capital Curitiba.
No domínio agrícola, a Agência Brasileira de Cooperação e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) assinaram um acordo que prevê o apoio ao Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) por um período de 4 anos.
O Brasil está ainda a apoiar o desenvolvimento de tecnologias de construção em Moçambique, através de um acordo entre os dois governos.
O projecto de cooperação bilateral, que envolve o apoio ao desenvolvimento de um sistema de custos e índices para a construção civil, uma incubadora de micro-empresas e um centro de pesquisa de sistemas não-convencionais para a construção de habitação de renda social.
Na área farmacêutica, está em conclusão a fábrica de anti-retrovirais a ser construída em Moçambique, projecto que tem a ajuda financeira e de transferência de tecnologia do governo brasileiro e supervisão da Fiocruz, entidade de pesquisa em saúde e produção de medicamentos no Brasil. (macauhub)
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