Bissau, 15 janeiro 2008 - O primeiro-ministro guineense, Martinho N'Dafa Cabi, reconheceu hoje que o país é vulnerável ao crime organizado mas afirmou que serão tomadas medidas de prevenção contra quaisquer tipos de ameaças terroristas.
O chefe do executivo guineense reagia a questões colocadas por jornalistas relativamente às ameaças feitas contra a Guiné-Bissau por um dos dois suspeitos da morte de quatro turistas franceses na Mauritânia, capturados em Bissau na semana passada e extraditados para a capital mauritana.
"O país é profundamente vulnerável ao crime organizado. Temos de admitir isso", disse Martinho N'Dafa Cabi, sublinhando que as autoridades já admitiram essa situação, há bastante tempo, junto da comunidade internacional.
Ao entrar no avião com destino a Nouakchott, um dos presumíveis autores da morte dos franceses disse que os guineenses "deviam ter cuidado porque isto não ia acabar assim", uma ameaça de retaliação pelo facto de ter sido detido e extraditado para a Mauritânia.
O governo de Bissau reuniu-se hoje em conselho de ministros especializado no âmbito de Defesa e Segurança, tendo tomado "decisões importantes" para a prevenção e combate a quaisquer ameaças terroristas que possam existir contra a Guiné-Bissau, disse Martinho N'Dafa Cabi.
Um comunicado com as medidas preconizadas pelo governo será publicado na quarta-feira.
"Já estamos a precavermo-nos e medidas contra actos de revanchismo serão tomadas", disse o chefe do governo guineense.
Mesmo reconhecendo a vulnerabilidade do país, Martinho N'Dafa Cabi afirmou que as autoridades "não podiam permitir que suspeitos da prática de um crime internacional permanecessem impunes" no território da Guiné-Bissau.
As autoridades da Mauritânia felicitaram as forças de segurança guineenses pela captura e extradição dos dois suspeitos, sublinhando o espírito da Convenção da União Africana de prevenção e combate ao crime organizado.
O primeiro-ministro guineense partiu hoje para Ouagadougou, capital do Burkina-Faso onde, durante uma semana, participa, em representação do Presidente João Bernardo "Nino" Vieira, em duas cimeiras da sub-região africana, uma da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e outra da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA). (Noticias Lusofonas)
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quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Guiné-Bissau/Governo admite que país é vulnerável a crime organizado
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