quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Paraguai/Aliança Socialista ratifica acordo com Lugo

Vermelho/30 janeiro 2008


A Aliança Patriótica Socialista, movimento político cuja base social se encontra majoritariamente na Mesa Coordenadora Nacional de Organizações Camponesas do Paraguai, anunciou oficialmente nesta semana, na cidade de San Pedro, seu apoio à candidatura presidencial do ex-bispo Fernando Lugo.

Durante o evento, que contou com a participação de mais de três mil pessoas, também foram lançadas as candidaturas de membros da APS ao Senado e à Câmara de Deputados. A Aliança já é antiga conhecida de Lugo, desde o tempo em que ele exercia suas funções religiosas, época em que se consolidou sua relação com os movimentos campesinos.

No decorrer do ato, Lugo foi questionado sobre a possibilidade de a Justiça Eleitoral paraguaia impugnar sua candidatura. ''Haverá reação popular caso se atrevam a fazer isso'', disse. Em seguida, pediu para que seus adversários joguem limpo nas eleições. ''Não ajam dessa maneira. Que vença aquele que realmente tiver o apoio da maioria do povo''.

O apoio formal da APS a Fernando Lugo está sustentado em diversos compromissos, como a luta pela soberania nacional, mas o principal ponto de acordo é a promessa de uma reforma agrária ampla. Segundo o candidato, ela se dará a partir de um cadastro nacional que será montado logo no início de seu governo. ''O campesino terá o título de propriedade de sua terra'', assegurou, diante das três mil pessoas.

A relação do Paraguai com o Brasil foi um dos temas de seu discurso, quando Lugo falou a respeito da soberania nacional. O ex-bispo chamou o militar Lino Oviedo de ''embaixador brasileiro'' e deixou claro qual será sua relação externa: ''Iremos nos relacionar como sócio do Mercosul, como vizinho, como irmão, mas não como empregado''.

Dentro desse raciocínio, a principal política defendida por Lugo – com o apoio dos camponeses e de sua base política como um todo – diz respeito a uma mudança no Tratado de Itaipu. ''Iremos respeitar o acordo, mas venderemos a energia necessária ao Brasil por um preço justo, correspondente ao valor internacional'', prometeu. (Da redação, com informações do ABC Color)

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