Moçambique/China apoia projectos de investigação agrária

Maputo, 22 janeiro 2008 - Pelo menos dois estabelecimentos de investigação agrária serão implantados ainda este ano no país, com o objectivo de incrementar as actividades de pesquisa nas ciências agrárias. Trata-se do Centro de Pesquisa e Transferência de Tecnologias Agrícolas de Umbelúzi e do Parque Tecnológico de Moamba, a serem fixados na província do Maputo, com apoio do Governo chinês, estimado em 700 milhões de dólares.
Para a materialização destes projectos, os ministros de Ciência e Tecnologia de Moçambique e da China, nomeadamente Venâncio Massingue e Wan Gang, assinaram ontem um acordo de cooperação nesta área, onde estão traçados os aspectos básicos relativos à concretização dos empreendimentos.
Antes da assinatura do acordo, os dois governantes visitaram os terrenos onde deverão ser instaladas as duas infra-estruturas, que se espera venham a contribuir para o desenvolvimento do sector agrário e, consequentemente, redução da pobreza que afecta maior parte da população nacional.
Para além de incrementar a investigação agrária, os centros vão servir para desenvolver as ciências naturais e animais e criar condições para a inovação do sector científico.
Para o centro a localizar-se nas instalações da Estacão Agrária de Umbelúzi as obras deverão arrancar no princípio do segundo semestre deste ano. O mesmo vai conter laboratórios específicos de ciências naturais e biológicas, espaços para a implantação de diversas culturas bem como para o desenvolvimento da aquacultura. Já para o Parque Tecnológico da Moamba, prevê-se que até 2010 a primeira fase já esteja concluída. Nesta etapa deverão estar concluídos o parque e as instalações tecnológicas, áreas residenciais, comerciais e industriais. Estas três últimas podem ser exploradas por privados, mediante a apresentação de propostas nesse sentido.
Venâncio Massingue disse que os dois projectos são empreendimentos que trarão benefícios para o sector da Ciência e Tecnologia assim como para outras áreas cujo desenvolvimento depende de inovações tecnológicas constantes. Afirmou serem iniciativas de grande envergadura que virão juntar-se ao potencial que o país já possui quer em recursos naturais e hídricos, como humanos, para ultrapassar algumas crises que atrasam o desenvolvimento nacional.
Massingue acrescentou que para a materialização destes projectos Moçambique e China têm trocado equipas de profissionais para avaliar as condições existentes nos locais onde serão implementados, recordando, igualmente, que em Junho de 2007 esteve no nosso país a primeira equipa técnica chinesa para avaliar a viabilidade da construção do Centro Agrícola e do Parque Tecnológico.
Por seu turno, Wan Gang garantiu que da mesma forma que o seu país prestou assistência a Moçambique durante a luta de libertação colonial, o apoio vai continuar. "Vamos continuar a dar assistência, transmitindo a nossa experiência de mais de 30 anos na implementação de centros de investigação agrária, com enfoque no de desenvolvimento tecnológico", assegurou.
A indicação de Moamba para a instalação do Parque Tecnológico foi escolha do Governo, para aproveitar os benefícios do Corredor de Desenvolvimento de Maputo, a existência do Porto de Maputo e a proximidade da zona fronteiriça com a África do Sul e também no quadros dos planos do Executivo de fazer do distrito o pólo de desenvolvimento. (Noticias)