domingo, 18 de janeiro de 2015

MOÇAMBIQUE ASSISTE A TERCEIRA SUCESSÃO PRESIDENCIAL

15 janeiro 2015, Portal do Governo http://www.portaldogoverno.gov.mz (Moçambique)

Maputo (AIM) –- Na história da governação dos povos, a paixão “continuísta” constitui uma das perversões de alguns estadistas, tanto mais que homens até então honestos, de passado ilibado, facilmente rasgam suas biografias para ficar mais alguns anos no poder, muito em particular os de países africanos.

Todavia, os mais de 20 milhões de moçambicanos tiveram, na manhã até ao princípio da tarde de hoje, uma prova em contrário deste triste cenário comum nas democracias africanas, quando Filipe Nyusi, vencedor das V eleições gerais, sucedeu pacificamente Armando Guebuza na liderança dos destinos do país.

Apesar de Nyusi e Guebuza serem ambos da Frelimo, partido no poder desde a proclamação independência em 1975, a força da Constituição da República esteve acima das vontades de permanecer no poder e,
por conseguinte, respeitada a vontade dos moçambicanos que, nas últimas eleições havidas em Outubro, afluíram as urnas.

Nesta quinta-feira, parte dos mais dos 20 milhões esteve na Praça da Independência para ver a investidura do novo presidente. Mesmo as chuvas que se faziam sentir às primeiras horas da manhã não impediram as pessoas de se deslocar ao local para, uma vez mais, dar “boas vindas” ao novo Presidente da República.

Aliás, ao meio da manhã o sol rasgou o manto das nuvens e o dia ficou escaldante, com as máximas previstas a rondar os 31 graus, que não inibiram a multidão de curiosos que se deixou arrastar até a praça.

Os vários convidados iam chegando, entre Chefes de Estado tanto do bloco regional quanto do “velho continente” ou mesmo os seus representantes, enquanto isso as várias manifestações culturais abrilhantavam o evento.

Instantes depois, o momento mais alto chegou. O presidente do Conselho Constitucional (CC), Alfredo Gamito, dirigia a cerimónia. Recebeu os símbolos do poder (a bandeira, a constituição, e o martelo), que passariam a Filipe Nyusi depois de observadas as devidas formalidades.

No momento certo, jurou a Constituição e, na sua intervenção reafirmou num tom bem forte “o povo é meu patrão. O meu compromisso é de servir o povo moçambicano como meu único e exclusivo patrão. O meu compromisso é o de respeitar e fazer respeitar a Constituição e as leis de Moçambique”.

O sentimento do Presidente iguala-se ao conteúdo das orações feitas pelos líderes das diversas confissões religiosas que pediram sabedoria para o novo dirigente, para que saiba inseminar nos corações dos moçambicanos um sentimento de paz e reconciliação, tolerância e fraternidade.

As centenas de moçambicanos que estiveram na praça exultaram, mas igualmente ansiosos de ver, no decurso do tempo, a concretização das promessas por ele feitas que se igualam a uma semente lançada em terra e dela se esperam os melhores frutos.

As crianças da continuadores lançaram balões em saudações, o exército disparou 21 salvas de canhão em apoteose ao novo Chefe do Estado. Os vários ramos das forças de defesa e segurança desfilaram, exercício aplaudido pela multidão de curiosos.


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