2
janeiro 2014, Jornal Noticias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)
Membros
e simpatizantes da Frelimo saíram terça-feira à rua para, através de canto e
dança, celebrarem com euforia a homologação dos resultados das eleições de 15
de Outubro, que dão vitória a este partido e ao seu candidato às presidenciais,
Filipe Nyusi.
O
desfile dos pedestres e motoqueiros, onde pontificava a membro da Comissão
Política e da brigada central destacada para aquela província, Lucília Hama,
aconteceu imediatamente depois dos membros e simpatizantes terem realizado uma
escuta colectiva na sua sede distrital, onde acompanharam o anúncio do acórdão
do Conselho Constitucional, que valida e proclama a vitória deste partido e do
seu candidato presidencial, Filipe Jacinto Nyusi, nas eleições do passado dia
15 de Outubro.
A
membro sénior do partido ganhador das últimas eleições gerais, legislativas,
presidenciais e das assembleias provinciais esclareceu na ocasião que
o
vencedor das eleições em Moçambique é proclamado pelo Conselho Constitucional,
que é a entidade que, ao abrigo da legislação e da Constituição da República,
tem autoridade para tal.
“Neste
mesmo espaço há um mês esteve aqui um senhor (NR: Afonso Dhlakama) a mentir à
população de Nacala-Porto que ganhou as eleições, mas nós acabámos de ouvir na
escuta colectiva, dos órgãos competentes, quem são os verdadeiros vencedores
destas eleições em disputa”, observou Lucília Hama.
Explicou
ainda que o facto de a Renamo e seu candidato terem dito algum resultado
vantajoso em Nacala isto não lhes permite vangloriar-se de terem ganho estas
eleições, por não se tratar de escolhas locais, mas sim de todo o país.
“O
que o presidente da Renamo está a propalar de ter ganho as eleições é pura
mentira. Aliás, em todos os pleitos eleitorais desde que foi instituído o
sistema multipartidário afirma sempre e reiteradamente que houve fraude, mas
desta vez estiveram em todas as mesas os seus correligionários, que assinaram
as actas e editais e que nunca puseram o processo em causa”, explicou a membro
da CP da Frelimo.
Por
seu turno, Francisco Mucanheia, deputado da Assembleia da República pela
bancada da Frelimo, considerou esta vitória do seu partido e de Filipe Nyusi
como sendo do povo moçambicano, que no passado dia 15 de Outubro, através do
voto, falou claramente que somente com esta formação política no poder
Moçambique pode continuar a se desenvolver.
“Daqui
para frente o mais importante é que todos nós moçambicanos continuemos a ser
unidos em torno do programa quinquenal a ser submetido à Assembleia da
República. Aliás, o Presidente Nyusi em diversas ocasiões já veio a público
reafirmar que no seu coração cabem todos os moçambicanos”, anotou Francisco
Mucanheia.
Para
algumas correntes que discordam dos resultados ora proclamados pelo CC aquele
político lançou um apelo para que ponham a mão na consciência e seguir a
vontade popular que foi reflectida nas eleições com os números percentuais
avançados pelos órgãos eleitorais de que faziam parte.
“O
acórdão do Conselho Constitucional foi muito claro ao referir que apreciou
todas as reclamações que foram apresentadas àquele órgão e que os resultados
espelham com clareza e imparcialidade aquilo que aconteceu nas mesas de votação
no dia das eleições e que não existe espaço para constituição de um governo de
gestão”, sentenciou Mucanheia, que renova mandato como deputado da Assembleia
da República na futura legislatura.
Entretanto,
uma ronda efectuada pela nossa Reportagem pelas representações distritais da
Renamo e do MDM, na cidade portuária de Nacala, deparámo-nos com uma fraca
aderência dos membros e simpatizantes destas duas formações políticas, um
cenário que contrasta com o do período eleitoral, principalmente o de campanha
para o mesmo processo.
Transformar promessas em
realizações concretas
Depois
da validação e proclamação dos resultados das eleições gerais e das assembleias
provinciais de 15 de Outubro passado agora é a vez de a Frelimo transformar as
promessas eleitorais em programa de governação e arregaçar as mangas para o
cumprimento das promessas eleitorais, disse o membro da Comissão Política e
chefe da brigada central do partido no poder que assiste a província do Niassa,
Carvalho Muária.
Falando
minutos após a leitura pelo Conselho Constitucional da “sentença” que confirmou
a vitória da Frelimo e do seu candidato, Filipe Jacinto Nyusi, Muária defendeu
o envolvimento, a partir de agora, de todos os moçambicanos no programa
quinquenal que vai ser elaborado e considerou a manutenção da paz pressuposto indispensável
para o sucesso de todas as realizações que visam o desenvolvimento do país e a
criação do bem-estar dos moçambicanos.
Visivelmente
emocionado, Muária convidou a todo o povo moçambicano para se juntar à Frelimo
e seu Governo no sentido de juntos realizarem acções tendentes ao combate à
pobreza. Dirigindo-se particularmente às populações do Niassa, aquele dirigente
político e governamental disse que “é chegada a vez de apostarmos na actividade
agrícola, aumentando os níveis de produção e produtividade, numa altura em que
as chuvas prometem uma boa época agrícola para a nossa província, em
particular”.
Num
outro desenvolvimento, Carvalho Muária disse que com a validação e proclamação
das eleições de Outubro passado estão criadas as condições para o cumprimento,
sem reservas, das promessas feitas durante a campanha eleitoral. “Nós não
fazemos promessas irrealistas. Tudo o que prometemos está dentro das nossas
capacidades”, referiu Muária.
Enquanto
isso, cidadãos contactados pela nossa Reportagem afirmaram que desejariam ver
formado um Governo dominado por jovens tecnocratas, visando explorar as várias
oportunidades que o país oferece, no lugar de políticos que têm dominado a
governação nos últimos tempos. “Queremos um Governo jovem que acompanha o ritmo
do desenvolvimento da sociedade moderna num mundo cada vez mais globalizado”,
afirmou um cidadão que preferiu o anonimato.
De
referir que a vitória da Frelimo e de Filipe Jacinto Nyusi, proclamada pelo CC,
constitui-se em pretexto para uma grande festa na cidade de Lichinga,
particularmente, que se prolongou até à madrugada de ontem.
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