domingo, 25 de janeiro de 2015

ANGOLA E OS GRANDES LAGOS

24 janeiro 2015, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)

Angola tem-se destacado na arena internacional pelos seus contributos  à paz e à segurança, particularmente  no continente africano, onde se assiste ainda a situações  de instabilidade, com repercussões negativas  na vida  das populações de  algumas regiões.

O nosso país tem marcado presença em fóruns regionais e mundiais  que tratam da paz e da segurança, e nessas reuniões espera-se sempre que Angola  dê contribuições no sentido de ajudar a resolver complexos problemas num quadro multilateral.

Angola  tem consciência das suas responsabilidades decorrentes da sua qualidade  de membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU e tem ideias a transmitir sobre as fórmulas que são adequadas  ao processo de pacificação em África.

O processo de consolidação da paz em Angola, com bons resultados,   tem servido de modelo a outros países e organizações  internacionais que vêem na experiência angolana  uma boa base  para aplicação noutras  realidades, com as devidas adaptações.

A Região dos Grandes Lagos suscita ainda grandes preocupações, estando nela concentrados esforços para que   haja paz e estabilidade definitivas. A paz e estabilidade nesta região são necessárias para se pôr em marcha  projectos de desenvolvimento.  Há esforços  no sentido de transformar os Grandes Lagos  em zona de grande prosperidade, para se resolverem  os problemas económicos e sociais das populações.
 
Entende-se que, havendo prosperidade, os povos  podem viver melhor, o que conduz  à harmonia , evitando-se assim conflitos que causam profunda desestruturação  das sociedades e geram  males  que impedem os países afectados pelas guerras de saírem do subdesenvolvimento. Com os seus inúmeros recursos naturais, a Região dos Grandes Lagos tem, com paz, condições propícias para um desenvolvimento que aproveite às pessoas.

É preciso que os interesses das populações  estejam no centro das preocupações dos políticos  e dos que, estando no poder, podem tomar decisões  viradas para a concretização de politicas públicas de grande alcance. Se houver permanentemente preocupação com as pessoas, esbater-se-ão  situações de injustiça e de exclusão social. Os políticos e, especialmente, os governantes devem ajudar os seus países a construir sociedades em que a defesa da dignidade humana seja assumida na sua plenitude. 

Uma reflexão sobre as reais causas dos problemas que temos em regiões com conflitos armados conduz-nos à conclusão de que  importa  executar boas politicas económicas e sociais   que se dirijam à satisfação efectiva das necessidades das populações. A uma agenda da paz deve estar associada outra que  contenha  estratégias de desenvolvimento, focada na promoção do bem-estar. 
   
A existência  de um Fórum dos Parlamentos dos Estados membros  da Conferência Internacional  da Região dos Grandes Lagos constitui mais um espaço de discussão que pode  contribuir grandemente para   a busca  de soluções para  os conflitos.

Os parlamentares dos Grandes Lagos não podiam estar alheios aos problemas que ocorrem na região e acredita-se que eles vão, a seu nível,  trabalhar para acelerar os  processos de pacificação. Angola, que aderiu ao Fórum, vai uma vez mais  mostrar a África que  se quer constituir em parceira  com vontade  de  manter  operacional mais este mecanismo de diálogo  e concertação, para se acabar com as guerras. Ao intervir  no Fórum , realizado em Nairobi, Quénia, o presidente do parlamento angolano, Fernando da Piedade Dias dos Santos disse que “conhecemos bem o sabor amargo da guerra, mas também a alegria e a felicidade de dispor em paz e liberdade dos recursos do país.” Fernando da Piedade Dias dos Santos  quis certamente com estas palavras acentuar que  a paz deve ser um objectivo a alcançar e por que todos devem lutar, para que  as populações possam  desfrutar dos benefícios  do crescimento e desenvolvimento económico que a estabilidade proporciona. 

A paz e a segurança devem ser objectivos inadiáveis. A situação de instabilidade, com as suas nefastas consequências, justifica também um envolvimento dos parlamentos, órgãos representativos de muitos milhões de pessoas na Região dos Grandes Lagos, na procura das melhores saídas para a crise. Entrámos  há pouco tempo no novo ano  e é grande a expectativa em relação aos resultados que podem advir dos esforços que são empreendidos para o estabelecimento da paz na região dos Grandes Lagos. Temos todos a esperança de que  os países dos Grandes Lagos saberão estar à altura da dimensão dos problemas.   


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