24 janeiro 2015, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)
Angola tem-se destacado na arena
internacional pelos seus contributos à paz e à segurança, particularmente
no continente africano, onde se assiste ainda a situações de
instabilidade, com repercussões negativas na vida das populações
de algumas regiões.
O nosso
país tem marcado presença em fóruns regionais e mundiais que tratam da
paz e da segurança, e nessas reuniões espera-se sempre que Angola dê
contribuições no sentido de ajudar a resolver complexos problemas num quadro
multilateral.
Angola tem consciência das suas responsabilidades decorrentes da sua qualidade de membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU e tem ideias a transmitir sobre as fórmulas que são adequadas ao processo de pacificação em África.
O processo de consolidação da paz em Angola, com bons resultados, tem servido de modelo a outros países e organizações internacionais que vêem na experiência angolana uma boa base para aplicação noutras realidades, com as devidas adaptações.
A Região dos Grandes Lagos suscita ainda grandes preocupações, estando nela concentrados esforços para que haja paz e estabilidade definitivas. A paz e estabilidade nesta região são necessárias para se pôr em marcha projectos de desenvolvimento. Há esforços no sentido de transformar os Grandes Lagos em zona de grande prosperidade, para se resolverem os problemas económicos e sociais das populações.
Entende-se que, havendo prosperidade, os povos podem viver melhor, o que conduz à harmonia , evitando-se assim conflitos que causam profunda desestruturação das sociedades e geram males que impedem os países afectados pelas guerras de saírem do subdesenvolvimento. Com os seus inúmeros recursos naturais, a Região dos Grandes Lagos tem, com paz, condições propícias para um desenvolvimento que aproveite às pessoas.
É preciso que os interesses das populações estejam no centro das preocupações dos políticos e dos que, estando no poder, podem tomar decisões viradas para a concretização de politicas públicas de grande alcance. Se houver permanentemente preocupação com as pessoas, esbater-se-ão situações de injustiça e de exclusão social. Os políticos e, especialmente, os governantes devem ajudar os seus países a construir sociedades em que a defesa da dignidade humana seja assumida na sua plenitude.
Uma reflexão sobre as reais causas dos problemas que temos em regiões com conflitos armados conduz-nos à conclusão de que importa executar boas politicas económicas e sociais que se dirijam à satisfação efectiva das necessidades das populações. A uma agenda da paz deve estar associada outra que contenha estratégias de desenvolvimento, focada na promoção do bem-estar.
A existência de um Fórum dos Parlamentos dos Estados membros da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos constitui mais um espaço de discussão que pode contribuir grandemente para a busca de soluções para os conflitos.
Os parlamentares dos Grandes Lagos não podiam estar alheios aos problemas que ocorrem na região e acredita-se que eles vão, a seu nível, trabalhar para acelerar os processos de pacificação. Angola, que aderiu ao Fórum, vai uma vez mais mostrar a África que se quer constituir em parceira com vontade de manter operacional mais este mecanismo de diálogo e concertação, para se acabar com as guerras. Ao intervir no Fórum , realizado em Nairobi, Quénia, o presidente do parlamento angolano, Fernando da Piedade Dias dos Santos disse que “conhecemos bem o sabor amargo da guerra, mas também a alegria e a felicidade de dispor em paz e liberdade dos recursos do país.” Fernando da Piedade Dias dos Santos quis certamente com estas palavras acentuar que a paz deve ser um objectivo a alcançar e por que todos devem lutar, para que as populações possam desfrutar dos benefícios do crescimento e desenvolvimento económico que a estabilidade proporciona.
A paz e a segurança devem ser objectivos inadiáveis. A situação de instabilidade, com as suas nefastas consequências, justifica também um envolvimento dos parlamentos, órgãos representativos de muitos milhões de pessoas na Região dos Grandes Lagos, na procura das melhores saídas para a crise. Entrámos há pouco tempo no novo ano e é grande a expectativa em relação aos resultados que podem advir dos esforços que são empreendidos para o estabelecimento da paz na região dos Grandes Lagos. Temos todos a esperança de que os países dos Grandes Lagos saberão estar à altura da dimensão dos problemas.
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