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janeiro 2015, Macahub http://www.macauhub.com.mo (China)
O Brasil pretende expandir as suas exportações para África
além dos países de língua portuguesa, onde já está bem implantado, mas precisa
de um modelo de financiamento mais atractivo, um pouco à semelhança do da
China, de acordo com um estudo brasileiro recente.
No estudo “A Indústria de Defesa e as Relações
Brasil-África: Sucessos e Desafios”, recentemente publicado pelo Centro
Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), três investigadores sublinham
que, de acordo com dados oficiais, o peso de África na balança comercial
brasileira “ainda é modesto” e o crescimento registado nos últimos anos não é
“estável.”
“Destacam-se vários desafios para um crescimento expressivo
do sector: a concorrência
vinda de outros países, a escassez, em alguns casos,
de financiamento adequado para a exportação e limitações financeiras, técnicas
e de governação do caso africano”, afirmam os investigadores Keith Martin,
Beatriz Martins Carreta e Rafaella Yumi Terrano.
“É do conhecimento geral que as empresas brasileiras de
vários sectores – inclusive de defesa – perderam vendas na África por falta de
financiamento competitivo”, adiantam.
O exemplo de sucesso para que apontam é o da China, que
oferece soluções atractivas em que “as empresas, geralmente estatais ou ligadas
intimamente ao governo, apresentan-se com um pacote de financiamento já
montado.”
“É fundamental o governo do Brasil, particularmente através
do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), fortalecer a
sua capacidade de oferecer aos governos africanos soluções de financiamento que
sejam competitivas”, sublinham.
Segundo cálculos recentes, os empréstimos da China a Angola
desde 2002 atingem 14,5 mil milhões de dólares, para financiamento de projectos
de reconstrução do país, normalmente executados por empresas chinesas, com
custos e prazos de execução competitivos.
Estudos anteriores apontam às linhas de financiamento para
Angola abertas desde 2006 pelo BNDES um valor próximo de 6,4 mil milhões de
reais (2,4 mil milhões de dólares, ao câmbio actual).
Entre os principais beneficiários destacam-se a Odebrecht
(49% do total das linhas), conglomerado que é considerado o maior empregador
privado no mercado angolano e a Andrade Gutierrez (cerca de 20%).
Actualmente, entre os principais destinos de exportação
brasileiros em África estão Angola e Moçambique, países com os quais o Brasil
já assinou acordos de cooperação bilateral, mas também outros no Magrebe e da
África a sul do Saara como a Nigéria ou Gana. (Macauhub/BR)
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