9
janeiro 2015, Redecastorfoto
http://redecastorphoto.blogspot.com.br (Brasil)
7/1/2015, Tony
Cartalucci*, Land Destroyer
Traduzido
pelo pessoal da Vila Vudu
Jihadistas
da al-Qaeda, armados pelos franceses e aliados,
desfilam alegremente
em Raqqa, Síria
A
França, parte de uma coalizão comandada pela OTAN, armou, financiou, ajudou e,
por esses e outros meios, perpetua, há anos, os terroristas da Al Qaeda, a
começar oficialmente na Líbia, com a derrubada do coronel Muammar
Gaddafi; e prossegue há anos, até hoje, com a OTAN, que arma e
protege e garante apoio aos terroristas da Al-Qaeda inclusive ao chamado
“Estado Islâmico” (ISIS/ISIL) em território sírio e ao longo
das fronteiras sírias.
No
recente ataque em Paris, como no trabalho dos próprios terroristas que a França
armou e apoiou no norte da África e no Oriente Médio, o responsável pela
violência é o próprio governo francês, culpado de manter apoio material a uma
organização terrorista que já assassinou cidadãos franceses, inclusive dois
oficiais de Polícia, não apenas em solo francês, mas dentro da própria capital
da França.
Artigo no New York
Times, “Terror Attack on Charlie Hebdo Newspaper in Paris Kills 12”, noticia que:
Homens
mascarados e armados com armas automáticas abriram fogo no escritório de um
jornal satírico francês na 4ª-feira, em Paris, segundo informação da Polícia,
matando 12 pessoas e, na sequência, escapando num carro.
O
presidente François Hollande disse que o ataque contra o semanário Charlie
Hebdo foi “sem dúvida” ato de terrorismo e obriga a subir ao nível máximo o
nível do alerta nacional contra terroristas. Disse também que vários ataques
terroristas foram abortados nas últimas semanas.
De
fato, apesar da preocupação “cenográfica” e do fingido sentimento de ultraje
que Hollande exibia, fato é que o governo francês nunca parou de pregar e
defender ataques terroristas e de armar grupos terroristas em todo o Mundo
Árabe, acompanhando o empenho do “ocidente” para derrubar governos, um depois
do outro, tentando reordenar toda a região segundo os seus próprios interesses
geopolíticos e econômicos, e desde a “Primavera Árabe” em 2011.
O Washington
Post noticiou em 2011, em artigo que levava o título de “França enviou armas a rebeldes
líbios”, que:
Enquanto
o antecessor de Hollande, Nicolas Sarkozy, foi o homem que pôs coturnos
franceses em solo na Líbia já dizimada, no início da intervenção da OTAN
naquele país – ação que incluiu entregar armas francesas a terroristas, com
aviões franceses garantindo cobertura àqueles terroristas enquanto cometiam
genocídio e outras atrocidades –, Hollande deu continuidade às mesmas políticas
iniciadas por Sarkozy, primeiro na Líbia, agora também na Síria. Funcionários
franceses anunciaram na 4ª-feira que entregaram armas a rebeldes na Líbia,
marcando a primeira vez que um país da OTAN ofereceu ajuda militar direta a
opositores do governo, em conflito que durou mais tempo do que muitos políticos
esperavam que durasse.(30/6/2011).
O
ataque foi executado por operadores profissionais, estilo “Gladio”
O vídeo que já se conhece do recente
ataque em Paris mostra militantes pesadamente armados, manejando com perfeita
intimidade e disciplina suas armas de nível militar: não há dúvidas de que são
agentes que receberam treinamento militar. Digam o que disserem sobre os
terroristas terem “informado” os presentes, que “Somos a Al-Qaeda”, a verdade é
que são produto da rede de terrorismo que o ocidente criou e perpetua até hoje,
para conseguir manter uma guerra de terror contra seus próprios cidadãos,
além de várias guerras “por
procuração”, em terras distantes, contra inimigos do outro lado do mundo.
A
cumplicidade dos franceses ao armarem inimigos do estado sírio, tem sido ponto
de discussão e causa de temor entre críticos e especialistas, que há anos
alertam para o risco de “revide”. É, portanto, bem pouco crível que a França e
seus parceiros nessa vasta rede de terror global
patrocinado por estados nunca tivessem previsto que o “revide”
viria.
Parece
simplesmente inacreditável que não teriam conseguido impedir esses atentados
terroristas, se desejassem impedi-los.
Em
outras palavras, os ataques em Paris parecem ser novos ataques contra a
população europeia, ao estilo da “Operação Gladio” da OTAN,
ação insidiosa para manipular as percepções públicas, tanto quanto a paisagem
política regional.
Financiados
pelos EUA, treinados na Grã-Bretanha e mantidos como grupos extremistas
paramilitares por toda a Europa durante a Guerra Fria, as “redes de retaguarda”
da OTAN, como eram chamadas, foram criadas, supostamente, para serem ativadas
no caso de invasão massiva da Europa Ocidental, pelos soviéticos. Mas sempre
foram usadas para ataques a serem atribuídos a outros agentes, e que sempre
matavam e feriam centenas de europeus. – Imediatamente, as atrocidades eram
atribuídas à União Soviética ou a seus simpatizantes na Europa. A OTAN usava os
ataques e assassinatos para manipular as percepções entre os cidadãos e gerar
ganhos políticos para grupos que operavam sob controle da OTAN.
Assim
também, a Al-Qaeda e suas várias franquias, inclusive a mais recente e famosa,
o ISIS, estão sendo usadas como ameaça doméstica e como força
mercenária expedicionária estrangeira.
Verdade
é que com um canto da boca o presidente Hollande condena os ataques em Paris;
e, com o outro canto da boca, continua a exigir cada vez mais armamentos e mais
apoio para as próprias redes das quais saíram os mesmos ataques, com o objetivo
de manter a campanha de terror e violência contra a Síria.
Independente
do que se venha a descobrir em quaisquer investigações que se façam, o fato de
que a OTAN já engendrou ataques exatamente iguais aos que agora se viram em
Paris – e ataques contra os mesmos povos que a OTAN diz que existiria para
proteger – faz da OTAN e dos vários líderes políticos que estão hoje no governo
dos países-membros da OTAN os principais suspeitos dos crimes.
No
mínimo, são os mesmos estados e governantes que não farão investigação
imparcial sobre os ataques recentes, tanto quanto já se mostraram incapazes de
impedir os ataques.
O
mais provável é que os ataques não tenham sido concebidos e executados por
inimigos que viveriam longe das fronteiras europeias, mas por inimigos
excepcionalmente perigosos que vivem dentro daquelas fronteiras.
*Tony Cartalucci é pesquisador
de geopolítica e escritor sediado em Bangkok, Tailândia. Seu trabalho visa
cobrir os eventos mundiais a partir de uma perspectiva do Sudeste Asiático, bem
como promover a auto-suficiência como uma das chaves para a verdadeira
liberdade.
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