Lisboa, 3 junho 2008 (Lusa) - O ministro português da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Jaime Silva, defendeu nesta terça-feira uma "ajuda estrutural, que tem falhado, aos países onde há fome" e uma cooperação especial entre Portugal e os países lusófonos para combater a crise alimentar.
No final de uma reunião com representantes do setor das pescas, e antes de partir para a Itália para a reunião da FAO, Jaime Silva disse ser necessário dar uma resposta à fome em vez de se discutir teoricamente o assunto.
"A FAO e todos os seus membros têm que dar resposta, mas têm que dar resposta hoje porque a fome já lá estava ontem", frisou o ministro, defendendo que se evite a discussão teórica de como se pode ajudar.
De acordo com o ministro português, o "problema da fome é um problema que a FAO trata há vários anos e que ano após ano se mantém em dimensão insustentável para o mundo civilizado".
Jaime Silva lembrou também que a situação da fome no mundo tem sido agravada com a crise dos combustíveis e o aumento das matérias-primas.
O ministro disse que Portugal defende uma "ajuda estrutural, que tem falhado, aos países onde há fome".
"Temos de transferir conhecimento, temos de cooperar para que cada Estado a nível mundial, particularmente os em vias de desenvolvimento, tenham capacidade para produzir muito de suas necessidades alimentares ou, pelo menos, para produzir o essencial de suas necessidades básicas", adiantou.
Portugal deve, na opinião de Jaime Silva, cooperar com os países de expressão portuguesa, diretamente e através da União Européia.
O ministro acrescentou ainda que a União Européia está discutindo "um gesto financeiro significativo" para apoiar os países mais pobres, em especial os da África.
A conferência da FAO, que acontece em Roma, Itália, até quinta-feira, visa a promoção de medidas imediatas para diminuir o impacto da crise alimentar nos mais pobres.
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