quinta-feira, 26 de junho de 2008

Angola/Crescimento económico será menos "impressionante", mas melhor para emprego e diversificação - BPI

Lisboa, Portugal, 26 junho 2008 - O abrandamento do crescimento económico angolano em 2009, para níveis menos "impressionantes" do que os dos últimos anos, é benéfico para o desenvolvimento do país, permitindo a diversificação e criação de emprego, consideram os analistas do banco BPI.

O desenvolvimento do sector petrolífero "tem tido um impacto directo restrito na economia angolana tradicional", refere o relatório Angola, quarta-feira divulgado pelo gabinete de Estudos Económicos e Financeiros do Banco Português de Investimentos.

A estabilização da produção petrolífera, que tem vindo a aumentar acentuadamente nos últimos anos, é o principal factor para o abrandamento previsto pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e Banco Mundial (BM).

O BM reviu este mês os seus números para Angola, prevendo agora um crescimento de 25,4 por cento este ano e uma travagem para 6,7 por cento em 2009.

Em Maio, a OCDE previu um abrandamento do crescimento da economia angolana para 11,5 por cento já este ano e 5,1 por cento em 2009.

O motivo, refere, é a "travagem do crescimento da produção petrolífera (...) assumindo que o país cumpre a nova quota de produção petrolífera da OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo), de 1,9 milhões de barris diários".

No relatório quarta-feira divulgado, o BPI considera "pessimistas" os números da OCDE, apesar de concordar que a expansão económica do país assenta há muitos anos no petróleo, sector que se aproxima do limite da sua produção potencial, provavelmente até 2010.

O crescimento mais lento, afirmam os analistas do BPI, é "mais diversificado e criador de emprego" e por isso "mais favorável para Angola, apesar de menos impressionante".

A sustentabilidade da economia angolana e o seu principal desafio passam precisamente pela capacidade de desenvolvimento de sectores não-petrolíferos e pela criação de emprego, garantindo uma melhor distribuição de riqueza e proporcionando o alívio sustentado da pobreza", referem as analistas Cristina Casalinho, Paula Carvalho e Susana de Jesus Santos.

O BPI detém em Angola o Banco Fomento, a maior instituição bancária privada daquele país africano.
(macauhub)


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