quinta-feira, 5 de junho de 2008

CPLP/Grupos teatrais de 5 países lusófonos se apresentam no Rio

Rio de Janeiro, 5 junho 2008 (Lusa) - Grupos teatrais de cinco países lusófonos estão reunidos no Rio de Janeiro para trocar experiências artísticas e culturais no Festival de Teatro da Língua Portuguesa (Festlip).

O festival acontece no ano em que se celebram os 200 anos da chegada da família real portuguesa ao Brasil.

Segundo a atriz e produtora Tânia Pires, uma das organizadoras do Festlip, esta é a primeira edição do evento que deve, nos próximos anos, acontecer simultaneamente em outros países lusófonos.

"A idéia é mostrar a diversidade do teatro de língua portuguesa, pois temos uma pluralidade muito grande. Queremos fazer uma unificação e criar, assim, uma nova linguagem do teatro, a história do teatro de língua portuguesa", disse Tânia Pires à Agência Lusa, na abertura do festival, na quarta-feira.

O Festlip reúne companhias teatrais de Angola, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e Brasil.

O objetivo, de acordo com a organizadora, é enriquecer as características comuns e promover o intercâmbio cultural entre os países participantes.

"Nas próximas edições, temos a intenção de percorrer todos os países de língua portuguesa", informou.

O embaixador de Portugal, Francisco Seixas da Costa, falou do interesse em expandir o festival e realçou que a iniciativa cultural reforça os laços da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"Este festival é a concretização prática daquilo que a CPLP pretende ser: um encontro dos Estados e povos que têm uma raiz comum, a língua portuguesa, e de que nós nos devemos orgulhar", disse o diplomata.

Em defesa do acordo ortográfico, o embaixador destacou a necessidade de se aproximar os países lusófonos em todas as dimensões e fazer com que as diversas culturas se encontrem para permitir um melhor diálogo entre elas.

Até 15 de junho, a programação do festival inclui uma exposição sobre a história do teatro brasileiro a partir da chegada da corte portuguesa, além de oficinas de artes cênicas, uma mostra gastronômica com a culinária dos paises participantes, eventos musicais e palestras literárias.

A escritora e jornalista moçambicana Rosa Langa traz ao Festlip o debate sobre o gênero feminino e os direitos da mulher através da literatura.

"Quero abrir uma janela para os falantes de língua portuguesa, para dar a conhecer o mundo real das mulheres de meu país", disse.

Na sua opinião, é possível criar uma "interculturalidade da literatura", associada ao teatro, na língua portuguesa.

"Há um denominador comum que é a língua, e nela não há barreiras. O importante é que os países participantes se encontrem, mostrem o que é seu, e formem um nó", defendeu.

Já na próxima edição da Festlip, Angola deve se juntar ao Brasil na organização de atividades. Também Portugal e Moçambique manifestaram interesse em estabelecer ações conjuntas no futuro.

São esperadas 15 mil pessoas nos próximos dez dias de festival no Rio de Janeiro.

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