Mylena Fiori/Agência Brasil/ http://www.agenciabrasil.gov.br
10 maio 2008
Brasília, 10 maio 2008 - Chanceleres do Brasil, Índia e África do Sul estarão amanhã (11) na Cidade do Cabo para um balanço dos planos de ação setoriais e dos acordos trilaterais assinados no âmbito do Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (Ibas). O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, representará o Brasil no encontro preparatório à 3ª Cúpula Presidencial do Ibas, marcada para 15 de outubro, na Índia.
O Ibas foi criado em 2003 como instância de coordenação política entre os três países para promover a cooperação trilateral em áreas de interesse comum e fortalecer a voz dos países em desenvolvimento.
Um dos objetivos comuns é dobrar as trocas comerciais até 2010, alcançando a cifra de US$ 15 bilhões. A futura criação de um área de livre comércio entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul), Índia e União Aduaneira da África Austral (Sacu, grupo que reúne África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia) é uma das estratégias do Ibas para alcançar a meta comercial. Mas a intensificação do comércio é apenas um dos focos do grupo.
A cooperação científica e tecnológica é outra frente de atuação conjunta. Os três países se propõem, por exemplo, a explorar fontes alternativas de energia, como biocombustíveis e energia eólica – em 2006, Brasil Índia e África do Sul firmaram memorando de entendimento para criação de uma força-tarefa trilateral sobre biocombustíveis. Na última Cúpula Presidencial do Ibas, em outubro do ano passado, concordaram, inclusive, em explorar propostas de cooperação no uso pacífico de energia nuclear.
Na esfera multilateral, os três países estão juntos no G20 e lutam, na atual rodada de negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), pela abertura do mercado dos países desenvolvidos para produtos agrícolas das nações em desenvolvimento. Também defendem maior participação dos países em desenvolvimento em instituições multilaterais, como a Organização das Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.
Na área social, a principal iniciativa conjunta é a o Fundo Ibas para Iniciativas de Alívio à Fome e à Pobreza, que financia projetos de cooperação técnica em países de menor desenvolvimento relativo. Desde 2004, o fundo investiu US$ 1,5 milhão em projetos de tratamento de resíduos sólidos no Haiti e de promoção da agricultura familiar em Guiné Bissau, entre outros. O Brasil já contribuiu com cerca de US$ 3,5 milhões para o fundo.
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