Maputo, 13 maio 2008 (Notícias) - O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) decidiu que parte da distribuição dos seus resultados líquidos deverá ser alocada para a aquisição de fertilizantes, num esforço visando incentivar o incremento da agricultura, em virtude de os países do continente estarem a sofrer os efeitos da crise internacional de alimentos. Peritos daquela instituição financeira, reunidos em Maputo, avançaram já com outras propostas concretas, entretanto não divulgadas, e que serão analisadas esta semana pelo Conselho de Governadores do organismo, no âmbito da reunião anual do BAD, a decorrer na capital do país e cuja abertura oficial está prevista para amanhã.
O Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, em declarações ontem a jornalistas, disse que “ainda na semana passada foi feita a redistribuição do Fundo Africano de Desenvolvimento, tendo Moçambique, nesse âmbito, recebido 140 milhões de dólares. Desse valor, que será aplicado até ao ano 2010, iremos priorizar a agricultura”.
O Fundo Africano de Desenvolvimento é uma componente do BAD destinada a conceder empréstimos ou doações aos países mais pobres, incluindo Moçambique. O mesmo resulta da contribuição de doadores. A sua reposição é feita trimestralmente e na última, o BAD conseguiu amealhar mais de oito biliões de dólares, correspondentes a um aumento de 52 por cento relativamente à anterior.
Aiuba Cuereneia disse que embora Moçambique tenha recebido 140 milhões de dólares, vai apresentar outros projectos concretos que vão necessitar de recursos adicionais do BAD.
Questionado sobre se o facto de Moçambique estar a priorizar a agricultura não iria inibir as instituições multilaterais de financiar outros projectos no país, Aiuba Cuereneia disse que “logicamente que não temos muitos recursos, mas se decidimos apostar na agricultura temos que ir buscá-los em algum lugar”.
“Teremos que cortar recursos de algumas rubricas como infra-estruturas, ou, então, iremos buscar mais recursos de fora para podermos investir. As duas vertentes vão ser exploradas para responder a essa questão da agricultura. Hoje, praticamente todas as instituições financeiras internacionais já fazem previsões em relação à questão da agricultura e da crise de alimentos. Assim sendo, temos que ser capazes de ir buscar esses recursos adicionais para financiarmos a nossa agricultura e incentivarmos o sector privado a entrar na agricultura”, disse.
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