Moçambique/Presidente do BAD defende presença da China em África
Moçambique, Maputo, 16 maio 2008 - O presidente do Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD), Donald Kaberuka, defendeu quarta-feira em Maputo a presença da China em África, como uma forma de este país também contribuir para o desenvolvimento do continente.
Donald Kaberuka, que em Maputo presidiu à reunião anual do BAD, fez estas declarações no termo de uma audiência que lhe foi concedida pelo chefe de estado moçambicano Armando Guebuza.
A China tem estado a fazer investimentos de vulto em África mas alguns sectores referem que aquele país está no continente para retirar seus recursos.
Kaberuka abordou também à saída da audiência com o presidente moçambicano a crise de alimentos e de combustíveis que afecta o mundo, tendo defendido a adopção de medidas urgentes pelos africanos em particular para resolverem o problema.
“Temos que agir agora”, disse o presidente do BAD que sublinha que “África tem que olhar muito para os aspectos relacionados com a produtividade”.
“A solução passa por mais investimentos em infra-estruturas, porque isso vai permitir uma melhor irrigação”, disse Donald Kaberuka.
O presidente moçambicano também referiu-se à situação da fome e da crise alimentar e de combustíveis que abalam algumas nações do mundo.
“Para além dos preços internacionais dos combustíveis que vão registando sucessivas subidas, debatemo-nos agora com a escalada dos preços dos cereais”, disse Guebuza. (macauhub)
Moçambique/BAD defende subsídios aos camponeses para a aquisição de adubos
Maputo, Moçambique, 16 maio 2008 - O presidente do Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD)defendeu quinta-feira em Maputo a introdução de subsídios aos camponeses africanos para aquisição de adubos para o aumento da produção e consequente erradicação da fome.
Falando no final da 43ª reunião anual do BAD, que decorreu durante esta semana em Maputo, Donald Kaberuka afirmou que a distribuição de fertilizantes “não é suficiente” para que os camponeses deixem de se limitar ao cultivo de culturas de subsistência.
Kaberuka apelou ao conselho directivo do banco por si presidido para adoptar “políticas flexíveis” para com os países africanos com rendimentos intermédios, onde “os agricultores perdem quase 60 por cento dos produtos agrícolas cultivados por não os conseguirem levar para os mercados”.
Por outro lado, o presidente do BAD, instituição cujo conselho de governadores debateu, em Maputo, o financiamento rural em África, considerou que a introdução de subsídios aos camponeses poderá contribuir para que a agricultura se torne um negócio viável neste continente.
“É chegado o tempo da agricultura africana tornar-se negócio viável. É muito importante que os mercados funcionem, porque se os mercados funcionarem, quer ao nível nacional e internacional, será o princípio da solução do problema” da crise alimentar, disse.
Uma das recomendações emanadas do encontro do BAD na capital moçambicana foi a necessidade de os Estados africanos reforçarem as suas políticas agrícolas, através desta renovação dos ministérios da Agricultura, enquanto o banco desenvolve, por outro lado, sinergias com outras agências internacionais, nomeadamente, o Banco Mundial por forma a travar os choques internos em África, decorrentes da fome.
Durante quatro dias, o Conselho de Directores do Grupo BAD e do Fundo Africano de Desenvolvimento (FAD) discutiram sobre diversos temas como “Estimulando o Crescimento Partilhado: Urbanização, Desigualdade e Pobreza em África”. (macauhub)
Moçambique/Banco Central critica BAD pelas modalidades de financiamento
Maputo, 15 maio 2008 - O governador do Banco Central de Moçambique, Ernesto Gove, subscreveu hoje, em Maputo, a crítica feita ao Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) por uma plataforma da sociedade civil sobre as modalidades de financiamento do banco nos seus projectos em África.
Na quarta-feira, o Grupo Moçambicano da Dívida (GMD), uma plataforma da sociedade civil moçambicana, criticou os "condicionalismos" impostos por aquela instituição bancária africana, nomeadamente, a contrapartida de 10 porcento do custo de cada projecto que o BAD financia nos países africanos.
As críticas constam do documento intitulado "O BAD: Entre Condicionalismos e Eficácia da Ajuda a África", que o GMD entregará hoje à direcção do BAD em Maputo, onde decorre a 43ª reunião anual da instituição.
Instando a comentar esta posição, Ernesto Gove disse à imprensa que o GMD "tem razão", assinalando tratar-se de uma questão que Moçambique tem vindo a debater com a direcção do BAD e outras instituições financeiras internacionais, incluindo o Banco Mundial, com o qual já se conseguiu remover esta cláusula", disse.
"Nós temos dito à direcção do BAD que, sendo um banco de raiz africana, não é correcto que não seja sensível a essa questão", referiu.
"Os financiadores têm que harmonizar os procedimentos para que os fundos sejam acessíveis e para que os seus projectos possam produzir eficácia" nos países beneficiários das verbas, defendeu o governador do Banco Central de Moçambique.
Sublinhou que está convencido que o BAD vai remover a cláusula.
No documento denominado "Posição da Sociedade Civil Nacional no âmbito da 43ª Reunião Anual do BAD", divulgado em Maputo, o GMD denuncia que a assistência do BAD ao continente africano "é caracterizada por condicionalismos que reduzem a sua eficácia nos países receptores, limitando, deste modo, o seu impacto".
Aquela organização da sociedade civil moçambicana afirma ainda que para o banco financiar projectos em Moçambique exige "uma estabilidade macroeconómica salutar, claramente confirmada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)". (AngolaPress)
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