Caracas, 13 maio 2008 (Lusa) - A petrolífera portuguesa Galp assinou cinco acordos com a Petróleos da Venezuela (PDVSA), prevendo importações de petróleo de 4 milhões de barris em 2009, a liquefação e comercialização conjunta de gás e a construção de quatro parques eólicos.
Os acordos foram assinados pelos presidentes da GALP e da PDVSA na presença do presidente venezuelano, Hogo Chávez, e do primeiro-ministro luso, José Sócrates.
Além de ter começado com cerca de uma hora de atraso, a cerimônia foi longa, com um discurso de mais de uma hora de Chavez, em que interpelou por várias vezes o presidente da Galp, Ferreira de Oliveira, e os empresários portugueses envolvidos em negócios com a Venezuela.
Alternando ataques violentos a adversários com notas de humor, Chavez fez críticas aos Estados Unidos, elogiou a população portuguesa, citou o socialismo de Sócrates, as padarias da comunidade portuguesa e pediu palmas para o presidente da Galp e para o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Que o nosso primeiro petroleiro chegue a Lisboa antes de Sócrates", disse, numa referência à visita oficial de três dias do primeiro-ministro português.
Gás e energia eólica
Em relação à política energética, PDVSA e Galp assinaram um acordo para o desenvolvimento de projetos de liquefação de gás natural.
O acordo prevê a constituição de duas empresas mistas, uma para cada projeto, em que a Galp terá uma participação de 15%.
O compromisso prevê ainda que a Galp poderá adquirir uma quantidade equivalente a 2 bilhões de metros cúbicos por ano de gás natural, algo que o Executivo de Lisboa define como "fundamental" para a segurança de abastecimento.
PDVSA e Galp assinaram um memorando para avaliação de um terceiro projeto de gás liquefeito, um acordo para o estudo conjunto de desenvolvimento do Bloco Boyaca 6 na Faixa Petrolífera de Orinoco, local que será visitado na quarta-feira pelo primeiro-ministro luso.
As companhias petrolíferas assinaram ainda acordos para a negociação entre 2 e 4 milhões de barris de petróleo por ano e um projeto para a construção de quatro parques eólicos na Venezuela.
Segundo a Galp, os quatro novos parques eólicos venezuelanos terão uma capacidade de 72 megawatts.
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